Nos últimos anos, a presença desta espécie invasora tem despertado crescente preocupação em Portugal e Espanha, devido aos riscos que representa para as populações e para o equilíbrio ambiental. Um homem de 76 anos morreu na Galiza, a escassos quilómetros da fronteira com Portugal, depois de ter sido atacado por vespas asiáticas enquanto limpava mato numa quinta, segundo o jornal SUR in English. O caso, ocorrido em Teixeiro, na província de A Corunha, volta a acender o alerta sobre a presença desta espécie invasora que continua a expandir-se pelo noroeste da Península Ibérica.
A vítima, Ramón José Dopico Martínez, vereador do município galego de Irixoa, realizava trabalhos de limpeza de vegetação quando foi atacado por um enxame de vespas asiáticas (Vespa velutina). O homem foi picado múltiplas vezes e entrou em paragem cardiorrespiratória antes da chegada dos meios de socorro.
Equipas médicas e um helicóptero de emergência foram acionados de imediato, mas já nada foi possível fazer para salvar o autarca, cujo óbito foi confirmado no local. O funeral realizou-se dias depois, na igreja paroquial de San Lorenzo de Irixoa, onde familiares e habitantes locais prestaram homenagem ao antigo vereador.
Espécie invasora em expansão
Originária do sudeste asiático, a Vespa velutina foi detetada pela primeira vez na Europa em 2004 e tem vindo a expandir-se rapidamente por França, Espanha e Portugal. Em território espanhol, a Galiza e o norte do país são as regiões mais afetadas, com milhares de ninhos destruídos todos os anos.
Apesar de uma única picada não ser mais perigosa do que a de outras espécies, o risco aumenta quando o enxame se sente ameaçado. “São insetos sociais que reagem em grupo. Se a colónia é atacada, respondem em massa e podem ser letais”, explicou o professor de zoologia Raimundo Real, citado pela mesma fonte.
Risco crescente também em Portugal
Em Portugal, a presença desta espécie tem vindo a aumentar sobretudo nas regiões do Minho, Douro Litoral e Beira Litoral. Têm sido identificados milhares de ninhos nos últimos anos, e as autarquias locais têm reforçado as campanhas de vigilância e remoção.
A espécie representa uma ameaça não apenas para o ser humano, mas também para as abelhas autóctones, essenciais para a polinização. Um único ninho pode conter entre 1.000 e 2.000 indivíduos, capazes de dizimar colmeias inteiras em pouco tempo.
Os apicultores portugueses têm sido particularmente afetados. Associações do setor têm vindo a pedir ao Governo medidas mais eficazes de controlo, incluindo programas de deteção precoce e apoios financeiros para quem perde colmeias devido a ataques da Vespa velutina.
Operações de controlo intensificadas em Espanha
Nas últimas semanas, foi também identificado um ninho de vespa asiática na província de Málaga, no sul de Espanha. De acordo com SUR in English, uma equipa composta por especialistas e voluntários trabalhou intensamente para localizar e eliminar o foco em Alhaurín de la Torre, numa operação que exigiu medidas de segurança reforçadas.
A destruição dos ninhos deve ser realizada apenas por equipas treinadas, dado o comportamento extremamente agressivo destes insetos quando se sentem ameaçados. A recomendação é clara: manter distância e contactar os serviços locais de emergência ou de proteção civil.
Espécie poderá avançar mais para sul
Com o aumento das temperaturas e a diminuição dos predadores naturais, a Vespa velutina poderá continuar a expandir-se por novas zonas da Península Ibérica. O outono é considerado um período crítico, pois as rainhas fundadoras preparam-se para hibernar e criar novas colónias na primavera seguinte.
A morte do vereador galego é vista pelas autoridades locais como um lembrete trágico da importância de manter vigilância constante sobre esta espécie invasora. Em Portugal, os serviços municipais e ambientais reforçam o apelo à população para reportar qualquer suspeita de ninho desta espécie através das linhas oficiais de emergência.
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