Cinco meses foi o tempo que bastou para que, depois das eleições, as fragilidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) viessem à tona, com uma dimensão difícil de acreditar. Aos mais distraídos recordo que, em janeiro deste ano, no quadro das Eleições Legislativas, os candidatos do Partido Socialista referiam que o seu Governo tinha salvado o SNS e que finalmente haveria saúde com qualidade e para todos. Pois, mas o povo é sábio e lá diz o ditado que “a verdade é como o azeite”.
Encerramentos consecutivos de vários serviços de urgência, principalmente de obstetrícia, o aumento do número de pessoas sem médico de família, o desespero de quem anseia por uma cirurgia e até uma tentativa de enviar para Sevilha doentes que necessitam de tratamentos de radioterapia foram episódios suficientes para desmontar a demagogia reinante nas hostes socialistas, em torno do setor da saúde. E sem muito esforço mais exemplos se poderiam elencar.
A política faz-se para as Pessoas e são as Pessoas que têm de sentir, nas suas vidas, os benefícios das boas políticas, das políticas públicas de saúde. Neste quadro, importa questionar: qual será a avaliação que os algarvios fazem das políticas deste Governo na área da saúde? Será que, ao longo destes últimos anos, tem melhorado o acesso aos serviços de saúde?
“Neste quadro, importa questionar: qual será a avaliação que os algarvios fazem das políticas deste Governo na área da saúde?”
As estatísticas não mentem! Façamos uma breve avaliação do SNS na nossa região. Atualmente, para a maioria das pessoas, o problema não é ter a doença a, b ou c, mas sim a dificuldade que cada um enfrenta para se poder tratar. Mais, a rede de transportes públicos não garante um acesso fácil aos serviços de saúde, quer das pontas às principais unidades hospitalares, quer da zona serrana às sedes concelhias. Quem não tiver meios próprios de deslocação passa sérias dificuldades. É preciso termos a noção clara que um cidadão que sofra um enfarte, e que viva em Cachopo, desde o momento em que chama o INEM até chegar ao Hospital de Faro, demora aproximadamente hora e meia!
E não nos esqueçamos que existem, aproximadamente, 24.000 cidadãos sem médico de família e que o sistema de saúde não garante consultas em tempo útil em muitas especialidades, como a dermatologia ou oftalmologia.
Insisto. Será que este Governo salvou mesmo o Serviço Nacional de Saúde? Só mesmo no país em que vive o Partido Socialista é possível acreditar nesta mentira. Porque o cenário aqui retratado é o dia-a-dia de muitos portugueses.
Meus caros, deixemo-nos de retóricas e de preconceitos ideológicos que nos arramam a chavões que nos impedem de seguir em frente. Da minha parte estou disponível para discutir soluções que dignifiquem o Estado enquanto agente que cuida dos seus cidadãos. Porque é esse o papel do Estado. E porque é esse o direito dos cidadãos.