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A Casa Ocupada, de Graça Videira Lopes | Por Paulo Serra

Artigo de opinião de Paulo Serra sobre o romance de estreia de Graça Videira Lopes, que foi finalista do Prémio LeYa em 2022 e integra agora o catálogo das Publicações Dom Quixote

08:35 16 Dezembro, 2022 08:34 16 Dezembro, 2022 | POSTAL
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Paulo Serra, doutorado em Literatura na UAlg
e Investigador do CLEPUL

A Casa Ocupada, romance de estreia de Graça Videira Lopes, foi finalista do Prémio LeYa em 2022 e integra agora o catálogo das Publicações Dom Quixote.

O romance abre com uma voz narrativa externa, omnisciente (com comentários e apartes ocasionais), que nos dá conta de uma jovem, Júlia, a ler um caderno de receitas da avó numa cozinha num apartamento. Apartamento esse que é, por sua vez, resultado da renovação de um antigo palacete agora transformado numa propriedade horizontal para um segmento médio/alto do mercado, segundo o folheto da imobiliária (pág. 10). Palacete esse que foi mandado construir, em 1889, por um brasileiro torna-viagem, quando a Junqueira, em Lisboa, era ainda um “arrabalde bucólico semeado de quintas, palácios e casas de campo” (pág. 11). Quando Júlia e o marido Pedro, ambos economistas, compram a casa sujeitam-se também aos “fragmentos da memória” que vão ressurgindo ao acaso e entrando nas suas vidas, da mesma forma que há elementos da traça original da casa que se sobrepõem à moderna arquitectura.

Graça Videira Lopes – Foto D.R.

É pela voz de Júlia, curiosa sobre o passado da casa, mas também da sua cunhada Sofia, do seu namorado, e outros narradores, que conhecemos as vidas destas personagens, os seus amores e desamores, mas também as histórias de figuras do passado, que a tal voz narrativa omnisciente vai desfiando. Constrói-se assim, sobre várias camadas, um breve e divertido romance, no seu jeito polifónico, cheio de peripécias e descobertas, em que o presente alterna ainda com o passado. Leremos sobre os últimos dias da monarquia ou sobre o acender das primeiras luzes de Lisboa, ao mesmo tempo que, nesta narrativa compósita, se recordam as vidas de homens como o republicano José Anastácio, o primeiro proprietário do palacete ou do pai de Pedro e de Sofia, maoista em tempos da Revolução de 1974, que corta relações com o pai (que o chama de comunista) e que depois virou um economista de sucesso. Há ainda oportunidade para conhecer alguns camaradas do MFA que ocuparam o palacete, entretanto abandonado em 1950, na altura da revolução de Abril de 1974.

Sem ordem cronológica, este é também um romance centrado nos estratos sociais mais altos (com um Pomar perdido por casa, quintas e casas de férias no Algarve), em que os vários fragmentos se encaixam num retrato da paisagem económica portuguesa ao longo do século XX:

“A farmácia ainda estava no mesmo sítio, muito embora renovada e rodeada agora por um McDonald’s e uma loja chinesa, síntese perfeita de uma modernidade que este simpático bisavô da Sofia teria sérias dificuldades em compreender, estou em crer.” (pág. 114)

Graça Videira Lopes nasceu em Mangualde, em 1952. Formou-se em Filologia Românica na Universidade Clássica de Lisboa e doutorou-se em Literatura Medieval na Universidade Nova de Lisboa, onde foi professora desde 1982 até à sua reforma. Deu ainda aulas nas universidades de Amherst (Massachusetts, USA), Barcelona e Paris (VIII e Sorbonne). Publicou livros de poesia e ensaio, sendo também coordenadora da edição integral das Cantigas Medievais Galego-Portuguesas. Dirige programas de investigação na área da literatura medieval.

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