Um país europeu tem vindo a surpreender o mundo com uma experiência ousada: a implementação de uma semana de trabalho de 4 dias. Desde 2019, este país adotou oficialmente esta mudança, reduzindo o horário semanal para 35 a 36 horas sem qualquer corte salarial.
Resultados surpreendentes
Segundo a BBC, esse país é a Islândia, e os resultados não poderiam ser mais positivos. A produtividade manteve-se estável ou, em alguns casos, aumentou. Além disso, os níveis de stress e burnout diminuíram significativamente.
Os trabalhadores relataram uma melhoria notória no equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, reforçando a ideia de que menos horas de trabalho podem traduzir-se em mais qualidade de vida.
A experiência islandesa, que já abrange cerca de 90% da sua força laboral, é vista como um exemplo para outros países, demonstrando que é possível manter a eficiência e, ao mesmo tempo, garantir melhores condições para os trabalhadores.
A expansão do modelo noutros países
A Islândia não está sozinha nesta jornada. De acordo com a mesma fonte, países como Alemanha, Espanha e Reino Unido estão a explorar esta ideia, motivados pelos resultados encorajadores do modelo islandês.
Nestes países, o conceito de redução do horário de trabalho sem cortes salariais está a ganhar força, especialmente entre as gerações mais jovens, que valorizam a flexibilidade e o bem-estar.
Em Espanha, por exemplo, o governo já lançou um projeto-piloto para testar a semana de 4 dias em várias empresas.
Segundo a BBC, os primeiros relatórios apontam para uma aceitação positiva por parte dos trabalhadores, que destacam a melhoria na qualidade de vida e na gestão do tempo.
Recomendamos: Fim dos voos low-cost? Novo comboio de 400 km/h vai ligar Portugal à Europa
Para quando em Portugal?
Com o sucesso comprovado na Islândia e os primeiros passos dados em Espanha, a questão surge inevitavelmente: para quando em Portugal? A redução do horário de trabalho tem sido um tema debatido entre sindicatos e empregadores, mas sem avanços significativos até ao momento.
Tal como referido pela mesma fonte, os modelos de trabalho flexíveis estão a tornar-se cada vez mais populares na Europa, sobretudo em países que procuram equilibrar a produtividade com o bem-estar dos seus trabalhadores.
No entanto, em Portugal, a transição para uma semana de 4 dias parece ainda estar longe de ser uma realidade.
Um modelo sustentável?
Os resultados apresentados pela Islândia demonstram que este modelo é viável, sustentando-se numa negociação sindical forte e numa adaptação das empresas aos novos horários.
Para a BBC, o sucesso islandês pode servir de inspiração para outros países repensarem a forma como organizam o trabalho. Em Portugal, a discussão sobre a redução do horário de trabalho tem estado presente, mas ainda sem passos concretos.
Os desafios económicos e as questões relacionadas com a produtividade são apontados como os principais entraves para a implementação de um modelo semelhante ao islandês.
Leia também: Tem isto no carro? Multas podem sair caro (e não é a inspeção nem a carta)