Até 15 de outubro, a 4.ª edição da BoCA – Bienal de Artes Contemporâneas apresenta mais propostas artísticas que levam à descoberta do Presente Invisível, impulsionando reflexões e transformações, em Lisboa e Faro, com vários espetáculos em estreia mundial.
A nova criação de Ana Borralho & João Galante, “Chatroom” (13 e 14 out, Teatro do Bairro), em estreia mundial, explora a natureza volátil e transitória das conexões humanas na era digital.
Nesta experiência interactiva que junta arte e tecnologia, os espectadores são convidados a participar escolhendo um nome de usuário e um avatar para poderem compartilhar gifs num grupo designado no Telegram.
Este é um interessante exercício de liberdade e de comunicação que visa reflectir sobre a solidão, a vulnerabilidade e a empatia nos tempos de hoje.
Para a completa fruição e participação no espectáculo, recomenda-se trazer os telefones com a bateria carregada e a app Telegram já instalada.
Outra estreia absoluta é a de “Il y a une larme dans chaque note et un soupir dans chaque pli” (13 out, Teatro Ibérico).
A dupla Odete & Caty Olive cruza os meandros electrónicos, a poesia e a trans-performatividade da primeira com os corpos de luz mutantes da segunda. Evocando os castrati – cantores que, submetidos à castração antes da puberdade, desenvolviam uma extensão vocal singular -, as artistas imaginam que o seu universo estético e vocal poderia servir como um lugar de fantasia, fluidez e não-binarismo.
Na Estufa Fria (14 out), o músico e escultor João Pais Filipe e o coreógrafo e bailarino Marco da Silva Ferreira apresentam a última performance de “Terra Cobre” e sintonizam os seus movimentos com os dos chocalhos; e, no Auditório IPDJ, em Faro (12 out), exibe-se o vencedor do prémio de Melhor Documentário no Festival de Cinema da Suíça, “O Novo Evangelho”, de Milo Rau, que evidencia a luta do activista camaronês Yvan Sagnet pelos direitos dos trabalhadores ilegais no sul de Itália.
Ainda esta semana, em Faro (14 out, Fábrica da Cerveja) e Lisboa (15 out, Goethe-Institut), fica a conhecer-se o resultado do projecto BoCA Sub21, onde dois colectivos de jovens acompanharam a programação da Bienal e as questões que dela emergiram.
Para o encerramento, a BoCA preparou dois momentos especiais: no sábado (14 out), uma noite de festa, no Musicbox, com três DJs agitadores da cena lisboeta – King Kami, DJ Narciso e Mel; e, no domingo (15 out) – o último dia da 4.ª edição da Bienal -, a activação final da instalação em tributo a Alcindo Monteiro, “E se o autobiográfico não for mais do que a história dos outros a atravessar-nos?”, de Gabriel Chaile, na Praça do Carvão (MAAT).
O concerto (em parceria com a Lisboa Criola) vai fazer soar as ressonâncias do ser mulher em crioulo, kimbundu, espanhol e alemão.
Com direcção artística de John Romão, a BoCA conta com financiamento do Ministério da Cultura / Direção-Geral das Artes, Câmara Municipal de Lisboa, Câmara Municipal de Faro, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Millennium Bcp, e com as parcerias de MaisFRANÇA / Institut Français du Portugal, Festival Queer Lisboa, FLAD ou Goethe-Institut Lisboa.
Até 15 de outubro, em Lisboa e Faro, sob o tema Presente Invisível, a 4.ª edição da BoCA convoca um olhar mais atento em questões de representatividade e de camadas menos iluminadas, ao cruzar disciplinas artísticas e geografias.
Toda a informação, programa completo, datas, horários e bilheteiras aqui.
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