Todos os jovens que frequentam o ensino secundário acabam por se deparar com uma questão que, na maioria dos casos, lhes vai suscitar muitas dúvidas na hora de decidir que rumo dar ao seu percurso de formação.
A dúvida sobre se devem escolher ingressar no ensino universitário, ou se devem optar por frequentar um curso profissional que os prepara para o mercado de trabalho especializado.
Assim, é necessário ter vários aspetos em consideração.
Desde logo, a vocação ou a vontade específica do aluno, se é que ela existe, em ter uma determinada profissão. Se assim for, a escolha será óbvia e, portanto, bem mais fácil.
Se a escolha for estratégica, ou seja, se for ao encontro daquelas que são as necessidades do mercado no que diz respeito a determinadas profissões, o aluno deve informar-se e tomar consciência das dinâmicas do mercado de trabalho, para poder optar por uma profissão que lhe dê mais garantias de futuro.
Seja qual for o caso, há que ter em consideração que escolher entre estes dois tipos de cursos é fazer uma escolha decisiva para a definição de uma carreira e de um percurso profissional.
Cursos Técnicos ou Profissionais
Este tipo de cursos são indicados, principalmente, para quem quer se especializar numa atividade profissional eminentemente técnica, numa área específica, ou mesmo para quem pretende ter uma primeira abordagem técnica e prática de uma determinada profissão, antes de enveredar pelo ensino superior.
De outro ponto de vista, esta é uma forma mais rápida de ingressar no mercado de trabalho e, se for esse o objetivo, conseguir meios para financiar o investimento num curso superior.
São cursos, de uma forma geral, de uma duração mais curta, alguns ministrados de uma forma intensiva.
Existem, inclusivamente, ofertas formativas no mercado que se comprometem com períodos de formação bastante mais curtos.
A Wild Code School é um exemplo de uma dessas opções. Com escolas por toda a Europa, apresenta nas suas opções de formação, cursos intensivos que formam alunos, nas mais diversas áreas das tecnologias da informação, em curtos períodos, que podem ir desde os 3 até aos 6 meses.
O Bootcamp de programação e o Curso de Data Analyst, são alguns dos exemplos das ofertas formativas.
A grande vantagem deste tipo de cursos é o facto de serem direcionados objetivamente para o mercado de trabalho e para a empregabilidade dos formandos.
Por outro lado, como veremos, é uma opção bastante mais económica, mais breve e de menor esforço no que diz respeito ao tempo de estudo, já que as suas disciplinas são, na grande maioria, práticas.
Cursos Universitários
As maiores diferenças entre os cursos universitários e os cursos técnicos ou profissionais, são a duração e o custo financeiro.
Os cursos superiores, ao nível da licenciatura, podem durar, em Portugal, 3 ou 4 anos. Se tivermos em consideração que após o processo educativo de Bolonha, muitas empresas exigem, aos candidatos, habilitações académicas ao nível do mestrado, tempos de adicionar, em média, mais dois anos ao tempo de formação.
Resumindo, um aluno pode ter de frequentar o ensino superior durante 6 anos até estar pronto para ingressar no mercado de trabalho.
No que diz respeito ao custo financeiro, a maioria dos cursos são mais dispendiosos, quando comparados com os cursos profissionais.
De acordo com os preços das universidades em Portugal, o valor médio da propina anual nas universidades e institutos politécnicos públicos, ronda os 700€.
Se a escolha for pelo ensino privado, este valor pode ser multiplicado por quatro ou cinco. Isto só no que diz respeito à licenciatura. Se a intenção for a de prosseguir para o mestrado, o valor médio, em Portugal, no ensino público, é de 5000€ anuais.
Esta é, como vemos, uma opção mais dispendiosa quer em termos financeiros, quer em termos de duração da formação.
Mas, quando ultrapassados esses obstáculos, podemos verificar que uma formação superior tem, naturalmente, inúmeras vantagens.
Desde logo, uma maior preparação para o mercado de trabalho. Estes cursos são consideravelmente mais abrangentes e completos do que os cursos técnicos e essa diferença reflete-se, posteriormente, em várias vertentes como, por exemplo, no que diz respeito ao salário.
De uma forma geral, os trabalhadores que possuem um diploma universitário auferem salários substancialmente mais elevados do que os técnicos.
Também no que concerne à estrutura hierárquica de uma empresa ou organização, seja pública ou privada, um trabalhador que tenha formação universitária ocupará um lugar hierarquicamente mais elevado dentro dessa instituição do que um trabalhador com uma formação técnica ou profissional.