Com a chegada da chuva, o asfalto ganha outro brilho e as estradas tornam-se menos previsíveis. Muitos condutores ajustam a velocidade e redobram a atenção, mas há um erro recorrente que passa despercebido e pode sair caro. Um simples descuido na utilização das luzes do automóvel pode originar uma multa que chega aos 600 euros, segundo o Automóvel Club de Portugal (ACP).
Quando começa a chover, é comum ver veículos apenas com as luzes de presença ou as diurnas ligadas. O Código da Estrada, porém, não deixa margem para dúvidas: em situações de fraca visibilidade, como chuva intensa, nevoeiro ou queda de neve, é obrigatório circular com as luzes de cruzamento, também conhecidas como médios. Conduzir apenas com os mínimos é uma infração que pode custar entre 60 e 300 euros, dependendo da gravidade do caso.
Faróis de nevoeiro: quando usar e quando guardar
O problema agrava-se quando entram em cena os faróis de nevoeiro traseiros. Estes devem ser usados apenas quando a visibilidade é realmente reduzida, já que a sua luz forte encandeia os condutores que seguem atrás. O uso indevido é considerado contraordenação muito grave e pode resultar numa coima até 600 euros.
A regra é simples: sempre que se ligam os limpa-para-brisas, devem acender-se também os médios. A visibilidade melhora e o veículo torna-se mais facilmente detetável pelos restantes condutores, reduzindo o risco de acidentes.
Aquaplanagem: o perigo que não se vê
Há ainda outro risco que cresce com a chuva: a aquaplanagem. O fenómeno acontece quando os pneus perdem contacto com o asfalto e o carro desliza sobre uma fina camada de água. Durante esses segundos, o condutor perde o controlo da direção e o perigo aumenta.
A manutenção dos pneus é a melhor forma de evitar o problema. A lei portuguesa exige uma profundidade mínima de 1,6 milímetros no piso, mas os especialistas recomendam a substituição assim que os sulcos atingem os 3 milímetros. Esta diferença aparentemente pequena pode ser decisiva em estrada molhada.
Se a aquaplanagem acontecer, o instinto de travar deve ser contido. O mais seguro é aliviar o acelerador, segurar o volante direito e deixar o carro recuperar aderência por si. Travagens bruscas ou movimentos repentinos podem agravar a situação.
Velocidade e distância: margens que salvam
A chuva aumenta significativamente a distância de travagem, por isso é essencial ajustar a velocidade e o espaço para o veículo da frente. A recomendação é reduzir a velocidade cerca de 20% abaixo do limite permitido. Se o máximo é 120 km/h, o ideal será circular a 100 km/h. A distância também deve ser duplicada: se em piso seco dois segundos são suficientes, à chuva devem ser pelo menos quatro.
Evitar ultrapassagens desnecessárias, curvas rápidas e travagens súbitas são medidas simples que fazem a diferença. Conduzir à chuva exige mais do que atenção, pede prudência, manutenção e respeito pelas regras de segurança.
Segundo o ACP, garantir uma boa visibilidade e circular com os médios ligados é o primeiro passo para evitar multas e acidentes. Um gesto tão pequeno pode ser a diferença entre uma viagem tranquila e uma fatura pesada.
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