
A bola de Berlim remete muitos portugueses para os meses de verão passados na praia. Se em tempos só se comia a tradicional “bolinha” sem creme ou com creme, nos dias que correm os recheios são variados. Há de alfarroba, morango, chocolate, Nutella e até chocolate do Dubai. No entanto, o restaurante Maré Shrimp & Stuff, localizado na cidade de Olhão, vem provar que a bola de Berlim não tem de ser uma sobremesa e que ainda há mais opções de recheios.
É que o principal cartão de visita do restaurante é a bola de Berlim de camarão. À primeira vista a combinação pode parecer estranha, mas o que é certo é que tem conquistado os clientes que por ali passam. Uma vez que o camarão dá nome ao espaço, este marisco reina também numa grande maioria das iguarias à disposição na carta.
Nova iguaria na ementa
Os pastéis de nata de camarão são também uma das mais recentes criações da equipa do Maré Shrimp & Stuff e a ideia surgiu na sequência de uma tradição que ‘manda’ todo o staff juntar-se anualmente para alargar a ementa. Ainda que o restaurante abra apenas para o jantar, em entrevista ao jornal Expresso, Stephanie Bento, proprietária do espaço, revelou que “há quem apareça a meio da tarde para comprar uma caixa com meia dúzia de pastéis de nata de camarão para levar para casa”.
Se quiser garantir que a sua refeição neste restaurante em Olhão inclui camarão, o chef Valdemar Marques, que lidera a cozinha, pode preparar-lhe um mini hamburguer de camarão, assim como uma lasanha de gambas e vegetais, ou até um taco de gambas, gel de manga e abacate.
Há pratos que não têm camarão
No entanto, ninguém vai levar a mal se visitar um restaurante com o nome shrimp (camarão em português) e não quiser comer este marisco. É que há sempre a opção de degustar um bife do lombo ou até uma canelone de robalo com amêndoa do Algarve.
Quanto aos preços, saiba que o mais barato são mesmo as bolas de Berlim de camarão, cuja unidade custa 7,50 euros; e o prato mais caro é o bitoque de carabineiro, que custa 58 euros. Se quiser gastar apenas entre 10 e 20 euros, pode sempre pedir um xarém de gambas e ameijoas (18,78€), a lasanha de gambas e vegetais (15,85€) ou um bacalhau com gnocchi, chipotle e broa (19,75€).

Dos mercados de Olhão ao antigo bairro dos pescadores
De salientar que o restaurante se encontra junto à Avenida 5 de Outubro, em Olhão, pelo que pode aproveitar para passear pela cidade antes do jantar. O ponto de partida ideal é o Mercado Municipal, um conjunto de dois edifícios de tijolo vermelho junto à ria. Num deles vende-se peixe e marisco acabados de chegar do mar, no outro encontram-se frutas e legumes das hortas do interior. A visita é uma imersão no ambiente local, repleto de cores, aromas e pregões que refletem a identidade marítima da cidade.
Mesmo junto ao mercado, no cais, encontra-se a réplica do caíque Bom Sucesso, símbolo da coragem dos olhanenses. Este barco recorda a viagem histórica de 1808, quando 17 homens atravessaram o Atlântico até ao Brasil para anunciar ao príncipe regente D. João que o Algarve estava livre das tropas francesas. O feito valeu à povoação o título de “Vila de Olhão da Restauração”, um marco de autonomia e orgulho local.
Vale ainda a pena perder-se no Bairro da Barreta, o antigo bairro dos pescadores. As suas ruelas estreitas, as fachadas brancas com motivos geométricos e o ritmo de vida tranquilo mantêm o encanto tradicional. Entre as pequenas praças, surgem as esculturas do “Circuito das Lendas de Olhão”, que evocam figuras do imaginário popular. Já nas zonas antigas da Rua da Fábrica Velha, a arte urbana ocupa as paredes das velhas fábricas, transformando vestígios da indústria conserveira em murais que celebram a memória coletiva da cidade.
















