A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) indicou esta quarta-feira que as associações de bombeiros estão “à beira de uma asfixia” financeira porque “não conseguem suportar” o aumento dos preços dos combustíveis, com maior impacto no transporte de doentes não urgentes.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), avançou que o aumento dos preços dos combustíveis, verificado desde março, vai provocar um impacto negativo superior a 10 milhões de euros por ano nas tesourarias nas 434 associações de bombeiros.
António Nunes referiu que as associações de bombeiros estão a chegar rapidamente “a um estado de asfixia” devido aos preços dos combustíveis sem que, entretanto, tenha havido qualquer medida do Governo para resolver a situação, nomeadamente no transporte de doentes não urgentes.
A LBP considera que o transporte de doentes não urgentes está “condenado ao colapso caso não haja medidas eficazes”.
“Muitas associações começam a reduzir o número de transportes de doentes em função dos custos que estejam associados. Algumas das viaturas sujeitas a portagem começaram também a ficar paradas. E o panorama é dramático perante esta asfixia galopante”, refere a LBP.
António Nunes recordou que o protocolo com o Ministério da Saúde sobre o pagamento do quilómetro do transporte não urgente “não é atualizado desde 2012”.
Além do valor que não é atualizado, o presidente da LBP disse que as administrações regionais de saúde (ARS), principalmente da região centro, demoram muito tempo a pagar aos bombeiros.
“Há associações que não têm dinheiro em caixa”, lamentou, frisando que “a situação é absolutamente caótica”.
António Nunes referiu ainda que o problema coloca-se no transporte não urgente de doentes, uma vez que na semana passada foi revisto o protocolo com o INEM e, no âmbito do combate aos incêndios, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) paga às corporações de bombeiros os custos efetivos com combustíveis.