A recente precipitação trouxe alívio a algumas das ribeiras do Algarve, com várias delas a verem finalmente correr água em quantidades significativas. A chuva, que caiu de forma mais abundante nos últimos dias, foi particularmente sentida no Sotavento algarvio. Na página de Facebook da Junta de Freguesia de Odeleite, no concelho de Castro Marim, foram partilhadas imagens e vídeos que evidenciam o impacto positivo da chuva nas ribeiras da região, incluindo a Ribeira de Foupana e a de Odeleite, agora revitalizadas após um longo período de seca.
Este panorama mais otimista ocorre numa altura em que as áreas próximas à fronteira com Espanha registaram níveis pluviométricos relevantes, suficientes para que o Algarve começasse a ver um aumento no caudal das suas linhas de água, nomeadamente nas ribeiras. Em contraste, a Andaluzia, a região espanhola vizinha, sofreu até mesmo algumas inundações, fruto das chuvas intensas. A situação ilustra bem as variações climáticas no sul da Península Ibérica, onde períodos de seca severa são, por vezes, seguidos por chuvas intensas.
Ainda assim, a situação das barragens algarvias continua a exigir atenção. De acordo com os dados mais recentes, recolhidos a 28 de outubro, e partilhados pelo Algarve Marafado, os níveis de armazenamento de água revelam a escassez que tem marcado a região. A Barragem da Bravura, por exemplo, encontra-se com apenas 13% da sua capacidade preenchida, enquanto a do Funcho se situa nos 35%. A diferença é notória, mas o impacto das chuvas recentes é um sinal positivo num contexto de seca prolongada que afeta os recursos hídricos do Algarve.
Apesar de esta chuva ser um alento para as ribeiras e reservas de água, será necessário um inverno com precipitação constante para que as barragens alcancem níveis de armazenamento mais seguros e que possam responder às necessidades da região nos meses mais quentes.
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