Oito pessoas foram detidas, entre elas dois tripulantes de um veleiro detetado a norte dos Açores com 1.000 quilos de cocaína. A embarcação acabou por naufragar, anunciou esta segunda-feira a Polícia Judiciária (PJ).
A PJ explica que os tripulantes da embarcação de recreio intercetada em alto mar, que fazia a travessia do oceano atlântico entre a América do Sul e a Europa, acabaram por ficar em prisão preventiva.
Na nota, a PJ adianta assim que o veleiro de 14 metros foi intercetado pelos fuzileiros do Destacamento de Ações Especiais da Marinha durante a denominada Operação Cristal. Este acabou por afundar, já depois de os tripulantes e a droga terem sido transferidos para um navio da Marinha.
A PJ precisa portanto que esta operação de combate ao tráfico de droga teve lugar “nos últimos dias” através do Departamento de Investigação Criminal (DIC) de Portimão e da Diretoria do Sul. A operação contou com o apoio do DIC dos Açores, da Marinha e da Força Aérea.
Além da detenção dos tripulantes do veleiro, foram ainda feitas buscas domiciliárias em diversos lugares do território nacional, tendo sido detidos seis suspeitos.
As autoridades apreenderam portanto uma embarcação de recreio – iate a motor -, três viaturas, diverso equipamento sofisticado de comunicações, documentação relevante para a investigação. As autoridades apreenderam ainda uma “significativa quantidade em numerário”, várias ‘wallets’ de criptomoeda, joalharia e relojoaria “de elevado valor”.
Intervenção resultou de uma investigação que decorreu nos últimos anos
Segundo a PJ, esta intervenção resultou pois de uma investigação que decorreu nos últimos anos e que visou desmantelar uma organização criminosa de cariz internacional. A operação contou, nesse sentido, com atuação transcontinental, dedicada à introdução de grandes quantidades de cocaína no continente europeu e que utilizava Portugal como plataforma.
Face à natureza e relevância da situação, criaram assim uma equipa de investigação conjunta, entre a Polícia Judiciária e a Brigada de Investigação do Crime Organizado do Corpo Nacional de Polícia. Isto, ao abrigo do Eurojust, no contexto da cooperação judiciária e policial, com as autoridades Reino de Espanha e Europol.
Esta equipa conjunta contou também com a colaboração do Maritime Analisys and Operations Centre – Narcotics (MAOC-N).
Os suspeitos, de diversas nacionalidades, nomeadamente, europeias e sul-americanas, têm antecedentes policiais e judiciais. Segundo a PJ, por crimes de tráfico de estupefacientes, branqueamento e associação criminosa.
Os tripulantes do veleiro já foram presentes às autoridades judiciárias em Ponta Delgada e ficaram assim em prisão preventiva. Os restantes seis detidos ainda vão ser presentes às autoridades competentes no Tribunal de Évora, para aplicação das medidas de coação.
O inquérito é, portanto, titulado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Évora.