A frase, que a maior parte dos portugueses já ouviram e que normalmente é proferida pelas pessoas com mais idade, “a laranja de manhã é ouro, à tarde é prata e à noite mata”, será que tem algum fundamento científico?
O médico António Vaz Carneiro explica num vídeo sobre mitos e crenças do programa “Harvard Medical School Portugal” que o que este ditado popular pretende afirmar é que “se queremos consumir laranjas então a parte da manhã é aquela em que a ingestão é mais benéfica, sendo mesmo perigosa a partir do pôr-do-sol”.
A questão é que “a pesquisa na literatura biomédica sobre este tema nada revelou” e fisiologicamente falando “não faz qualquer sentido pretender que a altura do dia em que se come laranjas influencia o seu efeito benéfico sobre o organismo”, referiu.
O que já é cientificamente dado como adquirido são os benefícios em consumir citrinos, em especial a laranja, seja qual for a hora do dia em que é ingerida.
António Vaz Carneiro explica que se o consumo de laranjas for inserido numa dieta equilibrada, rica em legumes e fruta, “é recomendável para diminuir o risco cardiovascular”. O médico evidencia ainda que para quem tem problemas renais comer laranjas ajuda na diminuição da formação das “pedras nos rins”.
Ainda sobre a questão renal, um estudo publicado no “Clinical Journal of the American Society of Nephrology” comparou os efeitos do sumo de laranja com o da limonada na prevenção da formação dos cálculos renais, mais conhecidos como “pedras no rins”, em voluntários com história clínica dessa condição.
Os resultados apontam que o consumo de sumo de laranja, ao contrário da limonada, aumentou os níveis de citrato na urina e diminuiu a acidez urinária, o que reduz o risco de desenvolver cálculos renais.
Portanto, independentemente da hora em que é ingerida, as laranjas trazem benefícios para a saúde, nomeadamente na redução do risco cardiovascular e na prevenção do aparecimento de pedras nos rins.
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