O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) alertou, esta terça-feira, para a possibilidade de a próxima época gripal ser particularmente severa para os mais idosos, na sequência da deteção precoce de alguns casos, e apelou à vacinação.
Por seu lado, o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) confirmou, ao jornal o “Inevitável”, que existem sinais de que a gripe está a começar mais cedo. “Em Portugal, detetámos desde o verão um aumento das infeções respiratórias, em especial associadas ao vírus sincicial respiratório, maioritariamente, em crianças menores de 5 anos. Atualmente, estamos a observar, além do vírus sincicial respiratório, uma circulação esporádica do vírus da gripe, o que é um alerta para a possibilidade de uma epidemia de gripe mais precoce do que em anos anteriores”, diz o instituto.
Além da identificação precoce de casos, a principal variante detetada entre os casos registados no último mês é influenza A, que, segundo o ECDC, afeta desproporcionalmente os idosos e está associado a uma menor eficácia da vacina. O pneumologista e consultor da Direção-Geral da Saúde (DGS) para a gripe, Filipe Froes, explicou, ao mesmo jornal, que o subtipo do vírus da gripe A já circulou noutras invernos, mas sublinhou que o vírus apresenta características que o tornam agressivo para os idosos.
De acordo com o ECDC, no ano passado registou-se uma quebra significativa, superior a 99%, no número de casos de infeção pelo vírus da gripe na União Europeia, potencialmente como resultado das regras e cuidados impostos pela pandemia da covid-19.
“Na sequência da nossa experiência com a pandemia da covid-19, temos agora mais evidências de que intervenções não farmacêuticas como o distanciamento social e medidas de higiene podem limitar com eficácia a disseminação do vírus“, aponta o mesmo especialista.
O ECDC apela para a manutenção de muitos desses cuidados, destacando a importância da vacinação contra o SARS-CoV-2 e contra a gripe que, segundo Pasi Penttinen “também oferecem uma boa proteção contra a doença grave”. “Aqueles que trabalhem em lares ou em ambiente de saúde deveriam assegurar que estão vacinados antes dos meses de inverno”, reitera.
Em Portugal, o processo de vacinação contra a gripe arrancou no final do mês de setembro para residentes, utentes e profissionais de estabelecimentos de respostas sociais, doentes e profissionais da rede de cuidados continuados integrados, profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e grávidas.
Entretanto, foi alargado a maiores de 65 anos que estão também, desde 11 de outubro, a ser chamados para receber a terceira dose da vacina contra a covid-19, à semelhança dos utentes de lares e de unidades cuidados continuados.
Notícia exclusiva do parceiro do jornal Postal do Algarve: Expresso