A pandemia da covid-19 causou cerca de 2,5 milhões de mortes em excesso em 30 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), que divulgou o mais recente relatório “Visão Geral da Saúde”.
A edição de 2021 do relatório dá um enfoque especial ao impacto da covid-19, tanto na saúde das pessoas como nos serviços, realçando que em apenas nove países mais de 70% da população está totalmente vacinada contra a doença respiratória causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2.
Segundo o relatório, a covid-19 contribuiu, direta e indiretamente, para um aumento de 16% no número de mortes expectáveis em 2020 e na primeira metade de 2021, com a esperança de vida a cair em 24 de 30 países, sendo as quedas particularmente significativas nos Estados Unidos (menos 1,6 anos) e em Espanha (menos 1,5 anos).
A maioria das mortes por covid-19 ocorreu em pessoas com 60 ou mais anos, faixa etária mais vulnerável à doença, tendo a pandemia intensificado as desigualdades sociais, com os mais pobres, os imigrantes e as minorias étnicas em “maior risco de infeção e morte”.
INFLUÊNCIA DA PANDEMIA NA SAÚDE MENTAL
O relatório refere também que a covid-19 aumentou em mais do dobro a prevalência da ansiedade e depressão “na maioria dos países com dados disponíveis”, sobretudo no México, Reino Unido e nos Estados Unidos, e limitou a prestação de outros cuidados de saúde, com o rastreio do cancro da mama a cair em média 5 pontos percentuais em 2020, face a 2019, e os tempos de espera de cirurgias programadas a aumentarem 58 dias para a colocação de uma prótese na anca e 88 dias para a colocação de uma prótese no joelho.
Apesar de a covid-19 ter conduzido a “aumentos acentuados nos gastos com a saúde”, nomeadamente na Europa, a carência de profissionais de saúde manteve-se, assinala o documento.