A sessão terminou há quase trinta minutos mas há um grupo de alunos que continua em volta dos profissionais de saúde. Disparam uma pergunta, aguardam impacientes pela resposta e depois voltam a acertar. Querem saber mais sobre ansiedade ou sobre o irmão que tanto está bem como não ou sobre o pai que parece outro desde que teve um acidente mas não consegue ver isso. Não têm tido muitas oportunidades para fazer perguntas.
“Gostava que os professores falassem mais sobre saúde mental”, diz Yaël Maertens, uma das estudantes da turma do 12.º ano que assiste à sessão. É a segunda ou terceira vez que ouve falar sobre saúde mental durante uma aula e preferia que a conta fosse outra. “Passamos a maior parte do tempo na escola e muitas vezes os professores colocam muita pressão em cima de nós. Habituámo-nos a pensar que a escola é mais importante do que nós.”
Estigma, stress, solidão, redes sociais, importância dos encontros e das saídas com os amigos, do desporto, do voluntariado e de pedir ajuda, sobretudo isso, que não é, convençam-se, “um sinal de fraqueza”. Sobre isto se falou na manhã de 8 de outubro durante a visita da equipa comunitária de saúde mental do Hospital de Portimão à Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, no mesmo concelho.
Yaël Maertens, de 17 anos, dá o exemplo de um amigo “que tem ansiedade e vomita todas as manhãs e mal consegue andar de tão mal que se sente”, mas ainda assim acha que a escola “é mais importante do que a saúde” e continua a vir às aulas e a fazer tudo normalmente, “fingindo que não se passa nada”. Isso “está mal”, o amigo deveria saber que “precisa de cuidar dele em primeiro lugar”, mas a verdade é que ninguém nasce ensinado.
“Falar sobre o assunto ajuda a quebrar tabus. Muita gente acha que as pessoas com doença mental são malucas. E essas pessoas acham-se fracas por terem problemas e por isso não falam com ninguém. Se os professores falassem connosco desde cedo sobre isto, e dissessem que ter estes problemas é normal, iríamos estar mais preparados para pedir ajuda.” Ariana Barão, 17 anos e outra das alunas que não desarmou após o fim da sessão, também acha importante falar sobre o tema, ainda mais nesta altura.
“Por causa da pandemia, fechámo-nos muito. Os professores repararam e a diretora de turma até chamou os nossos pais à escola para ver o que se passava. Pode ser que estas palestras nos ajudem a interagir mais”, acrescenta.
“Há vários anos que vimos a esta escola falar sobre saúde mental mas agora fazemo-lo de forma mais organizada e todos os meses, não apenas esporadicamente e para falar sobre algum assunto específico a pedido da escola”
É a segunda vez que esta equipa comunitária de saúde mental está com a turma do 12.º ano e para este ano letivo estão previstas mais sessões, também com outras turmas, também noutras escolas de Portimão e Lagoa, concelhos da área de abrangência do hospital. “Há vários anos que vimos a esta escola falar sobre saúde mental mas agora fazemo-lo de forma mais organizada e todos os meses, não apenas esporadicamente e para falar sobre algum assunto específico a pedido da escola”, explica Maria do Carmo Cruz, diretora do serviço de psiquiatria do hospital e coordenadora da equipa.
DOIS ANOS DEPOIS, EQUIPAS VÃO FINALMENTE PARA O TERRENO
O que mudou foi a criação de novas equipas comunitárias, identificadas como prioritárias no Plano Nacional de Saúde Mental, considerando a necessidade de garantir cuidados de proximidade, até em casa dos doentes, para evitar que tenham de percorrer longas distâncias para serem tratados ou que aguardem vários meses, às vezes seis, por uma consulta no hospital, como ainda acontece. Falar sobre saúde mental nas escolas, lares e autarquias é outra das atividades destas equipas.
Equipa comunitária de saúde mental do hospital de Portimão. Foto D.R. Filipe Farinha
A prevenção começa a deixar de ser apenas uma palavra utilizada em discursos bem intencionados mas pouco consequentes. “As equipas comunitárias existem em todos os países com boas reformas de saúde mental”, afirmou Miguel Xavier, psiquiatra e coordenador do plano, em entrevista ao “Jornal de Notícias”, em agosto deste ano.
A criação destas novas equipas estava prevista para 2019, mas só em fevereiro de 2020 foi publicado um despacho, em Diário da República, a autorizar a criação de uma equipa para adultos e outra para crianças e adolescentes em cada região de saúde, num total de dez equipas. De acordo com esse despacho, deveriam iniciar a sua atividade até 31 de julho desse ano mas, mais uma vez, o prazo não foi cumprido.
Só em outubro foi autorizada a contratação de profissionais para as equipas de saúde mental de adultos e foi apenas este ano que as equipas foram finalmente para o terreno. Ao Expresso, o Ministério da Saúde indica que iniciaram a atividade entre janeiro e maio — a do Algarve foi das últimas a fazê-lo — e que os atrasos aconteceram devido à pandemia. Durante este período, “e com a prioridade na resposta a doentes com covid-19, verificou-se maior dificuldade de disponibilização de profissionais de saúde mental para a ECSM [equipa comunitária de saúde mental] do Algarve”, refere o ministério.
É isso que explica Maria do Carmo Cruz, que é também coordenadora regional de saúde mental da região do Algarve – as visitas às escolas só começaram em setembro. “Tivemos algumas dificuldades”, admite, detalhando: “A contratação da psicóloga demorou bastante, por razões burocráticas”.
Também no centro de saúde, onde era suposto a equipa estar a trabalhar, para garantir a tal proximidade com os doentes, o “processo está atrasado”. A equipa continua à espera que lhe seja cedida uma sala para trabalhar. “Ainda fazemos as consultas no hospital. A pandemia veio atrasar esta parte das instalações. O espaço que supostamente iríamos ocupar está a ser usado para a vacinação contra a covid-19, que passou a ser feita nos centros de saúde.” A psiquiatra e coordenadora não sabe quando é que as coisas vão mudar. “Eles dizem que estão a tentar.”
EQUIPA PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES AINDA NÃO ESTÁ NO TERRENO
Já a equipa para a infância e a adolescência ainda nem sequer foi para o terreno – o hospital está há vários meses a tentar contratar um pedopsiquatra para a equipa. Foram abertos três concursos, mas “não apareceu ninguém”. “É uma especialidade onde se formam poucos médicos. E as pessoas querem ficar nos grandes centros, não querem vir para aqui”, explica Maria do Carmo Cruz. “Há um ciclo vicioso. Não querem vir para aqui porque sabem que vão ter de trabalhar muito, por estarem praticamente sozinhos.”
A coordenadora aguarda pelo próximo concurso para conseguir compor a equipa. Até lá, contará com um pedopsiquiatra que trabalha no Hospital de Faro para “dar apoio à equipa”. “Enquanto não vem outra pessoa, a equipa vai funcionar com a supervisão dele”, detalha. Aliás, já deveria estar a funcionar assim “desde 1 de outubro”, de acordo com as “indicações mais recentes do conselho de administração”, mas a equipa continua à espera. “Penso que estará para breve.” O Ministério da Saúde reconhece a situação, garantindo que a equipa “está em fase de constituição”, encontrando-se “praticamente concluída”.
Da esquerda para a direita: Hugo Bastos, psiquiatra, Catarina Joaquim, terapeuta ocupacional, e Ricardo Correia, enfermeiro de saúde mental. Foto D.R. Filipe Farinha
Maria do Carmo Cruz explica que o pedopsiquiatra em causa é o único médico desta especialidade que trabalha na região do Algarve e “nem sequer trabalha a tempo inteiro, faz 20 horas”, o que é um “problema grave”. “Não consegue dar resposta às consultas todas. Dá resposta às crianças e jovens referenciados pela pediatria do hospital, mas às outras não.”
Como o hospital não tem urgência de pedopsiquiatria, qualquer criança ou adolescente que viva no Algarve e precise de ser tratada com urgência tem de se deslocar ao Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, para ser atendida. São quase três horas de viagem. “É para lá que os doentes são referenciados, o que é mau, claro.” Basta pensar no percurso que tem de fazer um jovem de “12 ou 13 que tentou suicidar-se”, exemplifica.
UM PROBLEMA COM RAÍZES. VÁRIOS, ALIÁS
Há pelo menos dois anos que o problema da falta de pedopsiquiatras se arrasta, tendo sido alvo de reparos num relatório publicado em 2019 pelo Conselho Nacional de Saúde sobre o estado da saúde mental em Portugal (“Sem mais tempo a perder. Saúde mental em Portugal: um desafio para a próxima década”). De acordo com o documento, o Algarve é a região do país com menos pedopsiquiatras nas instituições do SNS e “existem profundas disparidades geográficas que devem ser corrigidas”. O rácio de psiquiatras de infância e adolescência por 100 mil crianças e jovens é de 1,1, quando no Norte e em Lisboa e Vale do Tejo é de 7,0 e a média no Continente é de 6,5, segundo dados do relatório relativos a 2019. Aliás, há tantos pedopsiquiatras na Madeira como no Alentejo e Algarve juntos.
Mas não é só no número destes profissionais que o Algarve fica abaixo de todas as outras zonas do território de Portugal Continental — é a região com menos enfermeiros especialistas em saúde mental (são apenas 22, o que corresponde a um rácio de 5,0 por 100 mil habitantes, menos de metade da média nacional, que é de 11,1) e, a par com o Alentejo, é a região com menos psiquiatras, apenas 18, o que dá um rácio de 5,1 por 100 mil habitantes, quando a média de Portugal continental é de 8,0. Até 2016, havia apenas “oito para toda a região”, cinco no hospital de Faro e três em Portimão, segundo Maria do Carmo Cruz.
Quando somados os psiquiatras e os pedopsiquiatras que trabalham no SNS, o Algarve é a região que tem menos, segundo os dados do estudo. São 19 no total, numa região onde, segundo os resultados preliminares dos censos de 2021, vivem cerca de 467 mil pessoas. É possível que seja a falta de recursos que explique um outro dado que consta do relatório do Conselho Nacional de Saúde. Em 2016 e 2017, foi no Algarve que houve menos intervenções na área da saúde mental nas escolas, comparativamente com todas as outras regiões de saúde. A percentagem de alunos foi de 13,0%, enquanto no Alentejo foram 21,1%.
“É a existência de todos estes recursos humanos que nos permite uma verdadeira intervenção na comunidade, junto das pessoas e não fechada no hospital”
O mais recente Relatório das Experiências-piloto de Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental, publicado em 2020, também não coloca o Algarve numa boa situação. Até junho desse ano, não havia uma única estrutura residencial na região para pessoas que têm doença mental grave e dependem de cuidados. A rede, cujo desenvolvimento foi identificado também como prioritário no Plano Nacional de Saúde Mental, é escassa. E todos estes indicadores tornam-se ainda mais preocupantes quando associados a outros: o Algarve é, há várias décadas, a segunda região onde há mais suicídios por ano per capita, atrás do Alentejo. Em 2019, a taxa de suicídio foi de 15,3 por 100 mil habitantes, muito acima da média nacional (9,7), segundo os dados mais recentes do INE (Instituto Nacional de Estatística). E, em 2018, registou a mais alta taxa de todo o país.
O TEMPO É A “GRANDE DIFERENÇA”
As necessidades são muitas e, no terreno, tenta-se acudir a parte delas. Além das visitas às escolas, que em breve deverão estender-se também a lares, centros de dia e autarquias, a equipa comunitária faz consultas e visitas domiciliárias, em articulação com os centros de saúde. Há duas coisas que a distinguem das equipas de saúde mental que existiam anteriormente: é constituída por profissionais de diferentes áreas (psiquiatria, enfermagem, psicologia, serviço social e terapia ocupacional, num total de seis pessoas) — embora na sexta-feira em que o Expresso esteve na Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, em Portimão, só estivessem presentes três — e “tem tempo”.
“É a existência de todos estes recursos humanos que nos permite uma verdadeira intervenção na comunidade, junto das pessoas e não fechada no hospital”, diz Maria do Carmo Cruz, para quem a “grande diferença” é mesmo a disponibilidade da equipa. “Como temos um grande défice de recursos, as outras equipas só vão para o terreno uma vez por semana e têm de aproveitar esse dia para dar medicação, porque há pessoas que, por falta de meios ou por viverem em zonas remotas, não conseguem deslocar-se ao hospital.” A prevenção e a promoção da saúde mental acabam por ficar em segundo plano e “só esporadicamente se consegue fazer uma ação nas escolas”.
O Governo comprometeu-se a criar, até 2025, mais 30 equipas comunitárias de saúde mental semelhantes à que Maria do Carmo Cruz coordena. Questionado sobre as regiões onde estas equipas vão atuar, o Ministério da Saúde refere que serão definidas pelo “coordenador nacional e os coordenadores regionais de saúde mental”, de acordo com “critérios de necessidade das populações e de dotação de recursos humanos nos serviços locais de saúde mental”.
Sessão na Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, em Portimão. Foto D.R. Filipe Farinha
Durante a sessão da equipa na escola, Maria do Carmo Cruz recorreu a uma comparação para explicar como se consegue manter “pensamentos positivos”. “O nosso cérebro é como uma autoestrada. Tem entradas e saídas e os pensamentos negativos entram de forma automática, sem nos apercebermos. Agora imaginemos que há um polícia sinaleiro nessa autoestrada a dar instruções aos carros. Uns saem e outros entram.” No nosso cérebro “também há um polícia assim, que manda os pensamentos negativos sair para deixar os positivos entrar, desde que esteja treinado para isso”.
Hugo Bastos, o psiquiatra da equipa, reforça a importância do treino. “Quando vos surgir uma ideia negativa, repitam para vocês próprios a ideia oposta. Pode não funcionar logo, mas vai ajudando. É como aprender uma nova língua. À medida que vão repetindo as palavras, é como se elas ficassem gravadas no cérebro e depois saem naturalmente.” As comparações fizeram sentido para Tomás Silva, aluno da turma: “Quando voltar a ter pensamentos negativos, vou lembrar-me do que me explicaram hoje e tentar melhorar sem precisar da ajuda de outras pessoas. Não é que elas não possam ajudar, mas tenho de ser eu próprio a fazê-lo.”
“Para mim, passou a ser normal estar triste. Deitava-me triste e acordava triste. Habituei-me a viver assim.”
Foto D.R. Filipe Farinha
O jovem de 17 foi dos últimos a colocar uma questão em voz alta, quando a equipa já desligara o computador utilizado para a apresentação em Power Point e se preparava para ir embora. Confessa que esteve a sessão toda a “ganhar coragem” para falar. Queria saber se “era possível uma pessoa conviver com sentimentos negativos e viver normalmente com isso”. Foi isso que lhe aconteceu no ano passado, durante a pandemia.
“Para mim, passou a ser normal estar triste. Deitava-me triste e acordava triste. Habituei-me a viver assim.” A explicação que recebeu da equipa deixou-o “aliviado”. “Percebi que é possível viver assim, mas não é saudável. E que, nessas situações, devemos procurar ajuda e fazer um esforço para mudar.” Estar com colegas, conviver, também poderá ser útil, mas isso já tinha percebido. “Quando estou com pessoas é como se os sentimentos negativos desaparecessem.” Tal como as suas colegas, Tomás gostava que os professores falassem mais sobre saúde mental nas aulas, especialmente sobre depressão. “Há muitas pessoas que sofrem disso e refugiam-se, fecham-se. Não dão a entender que estão doentes e que precisam de ser curadas.”
DE CASA EM CASA, PARA FALAR E DAR MEDICAÇÃO
Havia qualquer coisa ali que não batia certo. Da última vez que a equipa visitar A. (inicial utilizada a pedido da equipa), o jovem de 22 anos, que esteve internado devido a um surto psicótico, parecia bem. Estava “bem-disposto”, tinha ido à praia e a namorada estava na casa onde vive, perto da escola de Portimão e para onde a equipa seguiu. Mas hoje, um mês depois, parece outro: “Estou muito deprimido”.
Ricardo Correia, o enfermeiro especialista em saúde mental que integra a equipa, quer saber porquê, mas A. não sabe. “Só sei que me sinto assim. Fico o dia todo na cama, sem vontade de fazer nada. O único lugar que eu tenho é a cama.” Acorda e fica na cama, levanta-se para tomar o pequeno-almoço e volta para a cama, almoço, cama, jantar, cama, cama noite dentro e na manhã e na tarde e depois. Continua a estar com a namorada mas não é mesmo. “Parece tudo forçado, sabe? É muito estranho. Tenho de me esforçar demais para fazer coisas normais.”
Em casa de uma das pessoas que a equipa de saúde mental do Algarve acompanha. Foto D.R. Filipe Farinha
A equipa insiste, não percebe a diferença e não esconde isso. Mas A. não parece menos surpreendido. “Não aconteceu nada de marcante, nada que explique esta mudança da água para o vinho.” A equipa promete que vai falar com o médico que o acompanha no hospital para ver se há necessidade de antecipar a consulta marcada para o fim do mês. Até lá, é preciso “fazer mais atividades e não ficar tanto tempo em casa, criar uma nova rotina, porque a atual não é a mais indicada”. A. sabe disso e tem “vontade de mudar”. Mas “sozinho” não consegue.
Houve uma altura da doença em que J. também precisou de ajuda. Tinha de ir ao hospital todos os meses para fazer a medicação injetável (tem esquizofrenia), mas a pequena pensão que recebe, de “275 euros”, não lhe chegava para o bilhete de autocarro. Explicou a situação e a equipa disponibilizou-se para vir a casa dele, na freguesia de Alvor, em Portimão. “Tenho de pagar a água, a luz, o gás, as compras, os detergentes para lavar o chão… Não dá para muita coisa. Para mim é muito bom não ter de sair daqui. Se puderem continuar a vir, agradeço.”
Na mesma freguesia, vive F., de 68 anos, também com esquizofrenia. A casa que vimos, um pequeno bloco térreo à esquina de uma rua estreita, nem sempre foi exatamente assim. Enquanto esteve internado, há cerca de um mês, a equipa articulou-se com a junta de freguesia para limpar a habitação. As paredes voltaram ao branco, tanto as de fora como as de dentro, e móveis e armários velhos foram substituídos por novos. “A minha habitação anterior estava muito degradada. Está melhor agora. Mas levaram-me os livros e a roupa.”
Catarina Joaquim, a terapeuta ocupacional da equipa, explica que “havia coisas que estavam muito danificadas e tiveram de ser deitadas fora”, mas não conseguimos perceber se F. fica convencido. É ele quem limpa agora a casa, por incentivo da equipa, para se manter ativo, e as refeições são feitas num centro de dia que dá para ver da rua onde vive. “É importante ele manter estes hábitos e as visitas domiciliárias também servem para assegurar que há essa continuidade”, diz a terapeuta ocupacional. “Ou até para identificar outros problemas que possam eventualmente surgir”, complementa Ricardo Correia. Por enquanto, parece estar tudo bem com F. E nem a referência ao trabalho que a jornalista há de fazer o apoquenta. “Eu não ia ver, de qualquer maneira. A televisão está avariada.”
– Notícia do Expresso, jornal parceiro do POSTAL