Os atrasos no envio de socorro hoje denunciadas pelo sindicato dos técnicos de emergência pré-hospitalar “podem corresponder a picos de serviço” e são “absolutamente normais no âmbito da atividade dos CODU”, que estabelecem prioridades, defendeu hoje o INEM.
Em resposta enviada à Lusa, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) refere que “as situações reportadas” pelo sindicato “podem corresponder a picos de serviço, absolutamente normais no âmbito da atividade dos CODU” (Centros de Orientação de Doentes Urgentes).
“Quando se verifica um aumento pontual do volume de chamadas, o INEM prioriza as ocorrências, sendo expectável que o tempo de resposta para situações menos graves aumente. No entanto, como explicado, as situações mais graves (prioridade P1) são as primeiras a receber o acionamento de meios”, acrescenta o instituto de emergência.
Segundo o sindicato, o INEM está sem capacidade de resposta para situações urgentes, com tempos de espera para envio de ambulâncias de quase uma hora.
“Hoje, às 14:00 estavam 29 ocorrências por dar resposta por não haver ambulância, sendo que a que estava à espera há mais tempo estava há, pelo menos, há 50 minutos”, disse à Lusa Rui Lázaro, presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), que afirmou que esta é uma “situação recorrente”, mais acentuada na região de Lisboa e Vale do Tejo, que dura há meses, sendo do conhecimento do INEM e do Ministério da Saúde.
“O acionamento dos meios de emergência para as ocorrências é efetuado precisamente por Técnicos de Emergência Pré-hospitalar (TEPH), cujo trabalho nos CODU, para além do atendimento e triagem das chamadas, passa por encontrar a melhor solução para acionamento dos meios disponíveis e que sejam simultaneamente os mais adequados para dar resposta a cada pedido de ajuda. Este trabalho é feito por estes profissionais de forma rigorosa e hoje não foi exceção”, afirmou ainda o INEM na nota enviada à Lusa.
De acordo com o sindicato, os atrasos devem-se à falta de técnicos nos quadros do INEM, uma carência que está a deixar ambulâncias inoperacionais e que nem com o recurso às ambulâncias de corporações de bombeiros ou da Cruz Vermelha é possível ultrapassar, por se encontrarem todas ocupadas.
A situação, segundo os dirigentes sindicais, é mais grave na região de Lisboa e Vale do Tejo.
O INEM aponta ainda situações de falsas emergências médicas que dificultam a resposta aos casos verdadeiramente urgentes.
“O Número Europeu de Emergência – 112 deverá ser utilizado apenas em situação de emergência. Todas as situações referentes a aconselhamento têm à sua disposição o número do Centro de Contacto do Serviço Nacional de Saúde, através do 808 24 24 24, o que permitirá que aos CODU cheguem apenas chamadas referentes a verdadeiras emergências médicas, aliviando desta forma o volume de pedidos de ajuda”, refere o INEM.