Sempre acreditei que a formação não é algo pontual, nem um troféu que se conquista uma vez para toda a vida, para mim, é uma missão contínua.
Desde cedo investi em formação, fiz vários cursos, desde licenciatura, pós-graduação, mestrado e doutoramento. Mas não me limitei à academia. Quando comecei a escrever livros, percebi que escrever não bastava. Num mundo em constante mudança, quis aprofundar os temas, entender a inteligência artificial, explorar a ética dos algoritmos. Por isso, frequentei cursos especializados em IA, fiz bootcamps, li artigos académicos, troquei ideias com investigadores, debati com outros professores e profissionais do mercado. Cada módulo, cada leitura, cada conversa levou-me para além do que já sabia, e construía novas pontes entre o mundo académico e o empresarial.
É nesta persistência na aprendizagem ao longo da vida que vejo a aplicação real do que defendo. Vivemos num mundo em que 44 % das competências deverão ser atualizadas nos próximos anos — segundo previsões recentes —, o que torna urgente o reskilling e o upskilling. Se queremos preparar-nos para um futuro incerto, precisamos modelar para eles uma atitude de curiosidade permanente e de abertura à mudança.
Superar-me, para mim, é nunca parar de querer saber e nunca deixar de ensinar o que aprendo
Reconheço que a formação formal (mestrado, doutoramento) é importante, mas nos dias de hoje, as micro-formações, os conteúdos modulares, os áudio books e podcast têm um papel central para nos manter actualizados e ágeis. Ao reinventar o meu próprio percurso, percebo a força dessas pequenas lições.
Para mim, o lifelong learning é também um acto de cidadania. É a forma mais eficaz de combater a desinformação, de estimular o pensamento crítico, de empoderar os alunos para que não sejam meros consumidores de tecnologia, mas agentes responsáveis.
Num mundo onde a inteligência artificial avança, a obsolescência das competências é um risco real. Mas creio que podemos transformar esse risco em oportunidade: se mantivermos viva a chama da aprendizagem, podemos reinventar-nos com confiança, adaptar-nos com humildade e contribuir para uma sociedade digital mais justa e humana. Superar-me, para mim, é nunca parar de querer saber e nunca deixar de ensinar o que aprendo. E lanço-vos um desafio: bastam 15 minutos por dia para ler um artigo novo, refletir sobre uma ideia ou experimentar uma ferramenta digital. Vamos a isso?
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CAROLINA AFONSO É A NOSSA PRIMEIRA CONVIDADA DO SUPERA-TE
O percurso académico e profissional de uma das líderes mais influentes do país
Carolina Afonso construiu uma carreira marcada pela excelência académica e pela liderança em áreas estratégicas da gestão e do marketing. Doutorada pela Universidade Complutense de Madrid, é também mestre em Marketing pelo ISEG e licenciada em Relações Internacionais pela Universidade Nova de Lisboa.
No ISEG – Universidade de Lisboa, onde lecciona, assume ainda a coordenação de vários cursos executivos, entre os quais programas dedicados ao eCommerce Management, Inteligência Artificial, Marketing Digital e Sustentabilidade. Com mais de 18 anos de experiência profissional, iniciou o seu percurso nos Países Baixos e, desde então, ocupou cargos de direcção de marketing e administração em diversas empresas e multinacionais de tecnologia e retalho. O seu trabalho valeu-lhe o reconhecimento da revista Forbes, que a destacou, em dois anos consecutivos, como uma das 50 mulheres mais influentes no mundo dos negócios em Portugal.
Autora de vários livros nas áreas de gestão, marketing e liderança, Carolina Afonso é também colunista regular em publicações nacionais. Natural e apaixonada pela Fuzeta, no concelho de Olhão, é mãe de dois filhos e continua a conciliar a vida familiar com uma intensa actividade profissional e académica.
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