Ao todo, concorrem 16 forças políticas pelo círculo eleitoral do distrito de Faro e a quem o POSTAL pediu para responderem a quatro perguntas de forma sintética.
1 – Que balanço das realizações positivas e/ou negativas faz desta legislatura?
Ao longo da última legislatura, que durou apenas dois anos e que foi marcada pela pandemia da Covid-19, fomos
Antes de mais, há que dizer que esta legislatura não durou quatro anos, mas sim pouco mais de dois, uma vez que as últimas eleições legislativas se realizaram em 6 de Outubro de 2019.
Considero que estes pouco mais de dois anos ficam indelevelmente marcados pela pandemia do SARS-CoV-2 e pelos seus efeitos extremamente nefastos em todas as áreas da nossa vida em sociedade. Analisando este tempo de quase dois anos (cerca de 22 meses) de pandemia, penso que poderemos dividir o que se passou em Portugal em dois períodos distintos: a primeira fase, desde o início da pandemia até ao Outono de 2020; e a segunda, daí até à presente data.
Em relação à primeira fase, diria que o Governo e a Assembleia da República fizeram os possíveis, no início, para lidar com uma pandemia que ninguém esperava. Ainda assim, penso que as medidas de apoio e de relançamento da atividade económica, nomeadamente, a partir do início do Verão de 2020, foram insuficientes, tendo existido algumas opções do Governo que dificultaram ainda mais a vida de muitos empresários.
Relativamente à segunda fase – ou seja, a partir do Outono de 2020 – diria que houve uma evidente incapacidade de planeamento e de previsão por parte do Governo, nomeadamente, para o período do Inverno de 2020, em que o SARS-CoV-2 iria coincidir com a prevalência do vírus da gripe sazonal. Essa mesma incapacidade redundou depois no novo confinamento e em todas as medidas restritivas que foram aplicadas a partir de meados de Janeiro de 2021, com todas as consequências daí decorrentes. Ainda assim, desde essa altura, parece-me que o processo de vacinação correu relativamente bem, mas apenas a partir do momento em que o Vice-Almirante Gouveia e Melo assumiu a coordenação da Task-Force.
Acrescentaria ainda que as grandes falhas durante todo este tempo, do meu ponto de vista, consistiram na deficiente resposta na área da saúde pública, para doentes/utentes não-Covid, no relançamento da atividade económica e na incapacidade por parte do Governo ainda em funções em perspetivar o que será a nossa vida no período pós – pandemia. Relativamente à primeira questão, diria que para quem se apresenta como grandes defensores do Serviço Nacional de Saúde, ficou claro que durante quatro anos de Governo da geringonça na pré – pandemia (2015-2019) não houve o cuidado e a atenção para reforçar o SNS que se esperaria. Todos sabemos que muitos doentes não-Covid ficaram para trás durante os últimos dois anos, estando ainda por fazer uma real avaliação das verdadeiras consequências desta falta de resposta; no que diz respeito ao segundo ponto, diria que o Governo continua, em muitos domínios, a não olhar devidamente para as empresas e para os empresários, particularmente para aqueles sectores que mais sofreram com a pandemia. Além de não ter criado respostas específicas para apoiar áreas de atividade que foram muito penalizadas durante estes dois anos (cito, a título de exemplos, o turismo, a restauração ou o pequeno comércio), continuamos com uma carga fiscal altíssima sobre as empresas e com níveis de burocracia e de incerteza que não ajudam ao investimento, ao relançamento da atividade económica e à criação de emprego. Finalmente, penso que o Governo deveria promovido um debate muito alargado sobre o que queremos para o nosso futuro enquanto país no pós-pandemia.
2 – Quais os problemas e necessidades com que se defronta o Algarve que deveriam ter tido uma resposta adequada e não tiveram?
Além da questão da falta de resposta nos cuidados de saúde na nossa região e das falhas no apoio às empresas, como referi na resposta anterior, a pandemia fez sobressair uma questão já antiga e que assumiu agora uma importância reforçada, que tem que ver com a excessiva dependência económica da região em relação ao turismo e atividades conexas. Além disso, parece-me que falhou claramente o apoio às empresas e aos empresários da região, subsistindo ainda dois problemas crónicos que já existiam antes da pandemia: a questão da mobilidade e dos transportes na região e a falta de água.
3 – Indique sucintamente cinco das principais propostas do seu partido/coligação para o Algarve nos próximos quatro anos.
- Melhoria da mobilidade na região, com a abolição das portagens na A22, a conclusão da requalificação da EN 125 e a criação de uma verdadeira rede regional de transportes públicos, com carácter intermodal, a preços que os Algarvios possam pagar; descida carga fiscal sobre as empresas e as famílias;
- Reformulação do Serviço Nacional de Saúde na região, com a construção do Hospital Central do Algarve, reforço da rede de cuidados primários e criação de incentivos que permitam a fixação de médicos, enfermeiros e restantes profissionais de saúde;
- Criação de um programa regional para habitação, nas suas várias tipologias, incluindo o arrendamento de longa duração; Revitalização da economia regional;
- Construção de um modelo de desenvolvimento económico alternativo para a região, que promova a diversificação económica e a diminuição da dependência do turismo;
- Criação de um modelo ambientalmente sustentável que permita solucionar o problema da falta de água na região.
4 – Quais são as suas expectativas para estas eleições e quantos deputados pensa o seu partido eleger no Algarve?
Acreditamos e estamos a trabalhar para eleger um deputado liberal pelo Algarve, porque fará toda a diferença para
Do ponto de vista partidário, embora admitindo que as próximas eleições suscitam algumas dificuldades acrescidas para a afirmação do CDS-PP enquanto partido incontornável no espaço político do Centro-Direita (face ao aparente peso de alguns partidos concorrentes), penso que temos condições políticas para reafirmarmos quer as nossas causas de sempre, mas sobretudo, a imprescindibilidade do nosso contributo e dos nossos eleitos para a construção de uma alternativa de Governo para o país, que materialize uma mudança de ciclo político e que permita pôr fim ao governo do PS, apoiado pela extrema esquerda parlamentar.
A nível pessoal e regional, o nosso grande objetivo passa por voltar a eleger um deputado do CDS-PP pelo círculo eleitoral de Faro. Consideramos que os problemas da nossa região e os enormes desafios que o Algarve enfrenta no futuro mais próximo exigem necessariamente uma voz ativa da nossa terra, comprometida com as nossas gentes e com os seus problemas, que conheça a realidade do Algarve e que assuma o exercício do mandato parlamentar como um permanente serviço prestado aos Algarvios, em detrimento de ser apenas mais um deputado nacional, que ao ser eleito “emigra” para S. Bento, como infelizmente sucede muitas vezes com os eleitos dos principais partidos.