O candidato do Bloco de Esquerda afirmou que “a diversidade das culturas, incluindo entre a culturas de sequeiro e regadio tem de ser recompensada” e lembrou ainda que “muitas das pequenas explorações têm grande vantagens para biodiversidade e para a soberania alimentar”.
O Bloco de Esquerda visitou a exploração da empresa alcagoita, que se situa fora do perímetro de rega e pratica uma agricultura com pouco uso de água e com diferentes culturas, entre as quais o feijão carito, a batata doce e o amendoim, que a empresa também transforma em manteiga de amendoim.
Para o candidato do Bloco de Esquerda, “é incompreensível que os apoios continuem a ser orientados para as grandes monoculturas, incluindo as super-intensivas, que estão a colocar uma pressão insuportável sobre os recursos aquíferos, em vez de apoiar as explorações que mantêm uma relação harmoniosa com os recursos da região”.
José Gusmão falou ainda do facto de “a vocação exportadora continuar a ser critério para a atribuição de subsídios”.
Para o candidato do Bloco de Esquerda, “num momento em que cada vez mais países apostam na soberania alimentar, tendência que se reforçou com a pandemia, o nosso país continua a favorecer a produção massificada para fora e a importação de produtos de baixa qualidade e com elevada pegada ecológica, em vez da valorização da produção nacional através de circuitos curtos de distribuição”.
José Gusmão disse que “as entidades públicas deveriam dar o exemplo, abastecendo-se localmente e apoiando os produtores com infraestruturas para a venda direta e apoios à distribuição”.
Ainda sobre a questão da água, o Bloco de Esquerda sublinhou “a falta de investimento nos circuitos de rega que leva à situação absurda que se arrasta há meio século no Terminal de Rogil, em que água do perímetro do Mira é deitada diretamente ao mar. Esta situação foi por várias vezes denunciada pelo deputado do BE, João Vasconcelos”.
O responsável da alcagoita destacou “a necessidade de aumentar o limiar de isenção de Iva, tendo em conta as baixas margens de exploração que estão associadas à pequena agricultura”.
O produtor afirmou que “a falta de apoios e de acesso à água está a atirar pequenos produtores para forma da agricultura, com as consequências económicas, sociais e ambientais que resultam de uma concentração ainda maior na grande monocultura”.