Em declarações aos jornalistas no final do debate com o secretário-geral socialista, António Costa, transmitido pelas três televisões generalistas de sinal aberto, no âmbito das eleições legislativas, Rio disse que a pessoa mais provável de suceder a António Costa em caso de vitória do PSD nas urnas é Pedro Nuno Santos, considerando que tudo aparenta que seja o que “tem mais hipóteses” de alcançar aquela posição.
No entanto, este cenário não só seria contraproducente para uma negociação entre um PSD vencedor das eleições e o PS, já que Pedro Nuno Santos “é mais à esquerda” do que António Costa, como também poderia significar uma repetição dos eventos de 2015.
“A probabilidade de voltar a haver uma ‘geringonça’ e voltar a governar quem não ganhou as eleições volta a colocar-se em cima da mesa, porque o entendimento de Pedro Nuno Santos com o BE é um entendimento ainda mais fácil do que o entendimento de António Costa”, sustentou.
O raciocínio que fez “é plausível”, assegurou o líder dos sociais-democratas, “mesmo ganhando o PSD”.
Em 2015, a coligação Portugal à Frente (PàF), composta por PSD e CDS-PP, venceu as eleições legislativas com 36,86% dos votos. No entanto, PS, BE, PCP e PEV firmaram um acordo de maioria parlamentar, exigido pelo então Presidente da República Aníbal Cavaco Silva, que permitiu a António Costa formar um Governo minoritário apoiado pela esquerda. Esta solução permitiu ao PS governar o país durante seis anos, até à rejeição da proposta de Orçamento do Estado para 2022, que ditou o fim do entendimento à esquerda.