A justiça quando tarda, falha. Quando se arrasta, perde força. Quando chega tarde demais, deixa de ser justiça — torna-se apenas uma formalidade vazia, incapaz de reparar o que já foi destruído.
É verdade que a justiça precisa de tempo. Tempo para investigar, ouvir, ponderar. Ninguém quer decisões precipitadas, sem provas ou sem contraditório. Mas, também, não pode ter o tempo todo. Quantos processos se arrastam durante anos, sem fim à vista? Quantas vítimas esperam por uma resposta que nunca chega? Quantos arguidos vivem sob suspeita, sem julgamento, sem absolvição, sem condenação?

Jurista
É urgente devolver à justiça o seu sentido: proteger, reparar, decidir. Em tempo útil. Em tempo justo
Há testemunhas que esquecem. Há provas que se perdem. Há sentenças que, quando finalmente chegam, já não têm impacto. E há prejuízos que se tornam irreparáveis. A justiça que demora é uma justiça que fere. Que desprotege. Que descredibiliza.
Não se trata de exigir decisões apressadas. Trata-se de exigir decisões oportunas. Porque o tempo da justiça é, também, o tempo da vida das pessoas. E quando esse tempo é ignorado, o sistema deixa de servir quem dele precisa.
É urgente repensar os prazos, os procedimentos, os recursos. É urgente investir em meios, em tecnologia, em gestão. Mas acima de tudo, é urgente devolver à justiça o seu sentido: proteger, reparar, decidir. Em tempo útil. Em tempo justo.
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