Ser amigo é diferente de ser conhecido. Nos tempos antigos, quando as famílias viviam em clã, teriam uma predisposição psicológica de união por se sentirem mais seguros, defendiam-se e entreajudavam-se por necessidade de sobrevivência.
Esse sentimento de pertença a um grupo evoluiu, já não é a selva natural, mas a selva social que une psicologicamente algumas pessoas. O tempo passou, a sociedade humana evoluiu, mas os princípios do que chamamos amizade mantiveram-se, o querer bem e a entreajuda.
A amizade está sempre presente mesmo na ausência das pessoas. Pode traduzir-se numa saudação, “dois dedos” de conversa, numa ajuda material, numa visita ao hospital, num apoio moral e de muitas outras formas sem qualquer interesse que não seja o bem-estar da pessoa amiga.
Nos tempos que correm prevalece o interesse material e imediato, são os conhecidos de palmadinhas nas costas com o canivete na mão. Conheço alguém que nunca quis ter amigos (raízes) apenas tem conhecidos, é uma forma de ser e estar em sociedade.
O amigo dá alguns conselhos, o conhecido faz muitas propostas de “amigo”. A amizade não é uma treta nem uma teta.
Tive muitos amigos de quem não tive a oportunidade de me despedir, nunca se fazem todas as despedidas de todos os amigos, tenho muitos outros, conhecidos ao longo dos acasos da vida, um deles não o vejo há mais de cinquenta anos, mas a amizade continua, o tempo e a distância não têm significado para esta relação de proximidade.
As vicissitudes da vida juntaram muitos jovens na guerra, choraram, rezaram e riram juntos, por isso ainda hoje celebram a sobrevivência a essas agruras, forjaram a amizade com sangue e medo, hoje são homens dignos de se voltarem a abraçar. A amizade, não se encomenda nem se compra, constrói-se nos caminhos da vida. Não é grande nem pequena, é simplesmente amizade.
A Amizade é uma filosofia de vida!
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