As boias de salvamento instaladas na costa da Póvoa de Varzim, no distrito do Porto, no âmbito do projeto “Lançar para Salvar”, já foram úteis em dois salvamentos, disse à agência Lusa a comandante local da Polícia Marítima.
O projeto foi vencedor da última edição do Orçamento Participativo Jovem (OPJ), promovido pela autarquia poveira, e resultou, no início deste ano, na colocação de 50 boias circulares, cada uma com uma corda flutuante de 36 metros, distribuídas por toda a frente costeira do concelho.
“Da experiência deste inverno, desde que as boias estão instaladas, já foram úteis em dois salvamentos, os dois na praia da Lagoa [na freguesia de Aver-o-Mar]. Do que vimos até agora, o resultado foi positivo, pois permitiu a retirada do mar das pessoas que estavam em dificuldades, e manteve quem foi auxiliar em segurança”, explicou Mónica Martins à agência Lusa.
A responsável alertou, ainda assim, que a presença destes equipamentos junto às praias “não deve dar uma sensação de segurança, mas sim servir de alerta para se evitar comportamentos de risco, sobretudo fora da zona balnear ou em locais sem vigilância”.
“É também preciso explicar que as boias não devem ser usadas, por quem tenta auxiliar, para entrar no mar. Tal como o nome indica, é lançar para salvar, a partir de terra, usando depois a corda e puxando a pessoa que está em dificuldades”, explicou Mónica Martins.
A comandante local da Polícia Marítima da Póvoa de Varzim e Vila do Conde considera que o projeto “foi muito útil” e que até pode servir de exemplo para outros concelhos, embora aponte que “requer um pouco mais de experiência para se fazer uma análise mais conclusiva”.
O projeto “Lançar para Salvar” foi idealizado por cinco jovens poveiros e mereceu a distinção da autarquia na sua execução, com um investimento de 30 mil euros.
Além da boia, cada ponto de salvamento inclui informação sobre os perigos locais, conselhos de segurança e contactos de emergência, nomeadamente da associação de nadadores-salvadores “Os Golfinhos”, que, fruto de um protocolo com a câmara, assegura a vigilância das praias durante todo o ano.
“É um projeto de jovens que já salvou vidas. Foi simples, bem pensado, e já mostrou resultados. Deveria até ser replicado noutras zonas costeiras do país”, afirmou o presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, Aires Pereira.
O autarca destacou que o concelho, com a sua vocação turística, “deve ter a segurança das praias como uma prioridade”, lembrando o protocolo com a associação de nadadores-salvadores, que permite a vigilância dos areais durante todo o ano.
“É fundamental para nós termos as praias seguras. A associação, através do protocolo que firmámos, tem feito um trabalho extraordinário durante todo o ano, nomeadamente fora da época balnear, e este projeto vem dar um bom complemento a essa segurança, dando meios para uma intervenção mais rápida”, completou Aires Pereira.
O projeto foi o mais votado da 7.ª edição do OPJ, com 337 votos num universo de 608 jovens participantes, registando a maior adesão de sempre nesta iniciativa municipal, que anualmente disponibiliza 30 mil euros para financiar ideias apresentadas por jovens do concelho.
A autarquia garante que o sistema de boias se manterá ativo e monitorizado, e aponta este exemplo como um caso de sucesso na participação cívica e no reforço da segurança balnear.
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