Na estrada, a sinalização desempenha um papel essencial para garantir a segurança de todos. Pequenos detalhes visuais podem distinguir sinais que parecem quase idênticos, mas que transmitem mensagens diferentes e têm implicações distintas no Código da Estrada e no Regulamento de Sinalização do Trânsito. É o que acontece com os sinais de trânsito B5 e B6, que, apesar de muito parecidos à primeira vista, representam situações de prioridade opostas.
Dois sinais, funções diferentes
O artigo 25.º do Código da Estrada define os sinais de informação como aqueles destinados a “indicar condições particulares da via ou do trânsito”. Já o artigo 26.º do mesmo diploma refere que os sinais de obrigação e de proibição “impõem comportamentos específicos aos utentes da via”.
É nesta última categoria que se enquadram o B5 e o B6, previstos no Regulamento de Sinalização do Trânsito. O sinal B5 indica a cedência de passagem nos estreitamentos da faixa de rodagem, ou seja, o condutor deve parar e deixar passar os veículos que circulam em sentido contrário. Já o sinal B6 assinala a prioridade nos estreitamentos da faixa de rodagem, permitindo ao condutor avançar primeiro, obrigando os veículos que vêm em sentido oposto a ceder passagem, de acordo com a empresa de sinalização rodoviária sinalnorte.
Forma determina o significado
Tal como acontece com outros sinais, a forma e o grafismo ajudam a compreender o seu alcance. Ambos utilizam setas opostas para representar os dois sentidos de circulação, mas as cores e o formato do sinal determinam comportamentos distintos.
O B5 é circular, com contorno vermelho, e apresenta uma seta preta para baixo e uma vermelha para cima. O vermelho, que representa o condutor que observa o sinal, indica que deve ceder passagem. Já o B6 é quadrado e de fundo azul, apresentando uma seta branca para cima (indicando prioridade) e uma seta vermelha para baixo (indicando cedência por parte dos veículos do sentido oposto), segundo a mesma fonte.
Esta distinção encontra respaldo no artigo 7.º do Código da Estrada, que estabelece o princípio da obediência à sinalização: todos os condutores devem respeitar os sinais reguladores do trânsito, que prevalecem sobre as regras gerais de prioridade.


Consequências do incumprimento
Ignorar o sinal B5 e avançar sem ceder passagem a quem tem prioridade pode constituir uma contraordenação grave. O artigo 145.º do Código da Estrada considera grave a inobservância das ordens dos sinais de trânsito, podendo implicar coima e perda de pontos na carta.
No caso do B6, o não exercício da prioridade, por exemplo, parar sem necessidade num local onde o sinal lhe concede passagem, não gera penalização direta, mas pode causar confusão e aumentar o risco de colisões.
Erros comuns entre condutores
Segundo dados divulgados por escolas de condução e associações de mobilidade, como o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), uma das falhas mais frequentes em exames práticos está na leitura correta dos sinais de prioridade.
Muitos condutores confundem os sinais de trânsito B5 e B6 por serem relativamente parecidos, especialmente em estradas estreitas ou zonas urbanas com visibilidade reduzida, refere a sinalnorte. Essa confusão leva a situações perigosas, como dois veículos tentarem avançar simultaneamente num mesmo estreitamento.
Regra prática
Para evitar equívocos com sinais parecidos, há uma regra simples que pode ser memorizada: vermelho significa ceder, azul significa avançar. Assim, se o sinal for circular com contorno vermelho (B5), deve-se deixar passar; se for quadrado e azul (B6), tem-se prioridade. Este princípio fácil de recordar ajuda a manter o trânsito mais fluido e seguro, especialmente em locais de passagem estreita.
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