Os projetos financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) no Algarve estão a seguir o cronograma planeado, disse hoje o presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento, Pedro Dominguinhos, em Olhão.
Pedro Dominguinhos falou aos jornalistas à margem de uma visita a uma empresa no concelho algarvio e fez um balanço da deslocação à região para acompanhar o andamento do PRR e manter contactos com as entidades beneficiárias finais ou intermediárias.
O responsável da Comissão Nacional de Acompanhamento (CNA) do PRR considerou que é necessário garantir que as metas do plano são cumpridas e os investimentos programados ficam concluídos até final de 2025, sendo que esta visita ao Algarve permitiu um contacto próximo com as entidades públicas e privadas que promovem investimentos financiados.
“A complexidade da execução, por múltiplos atores, por múltiplos investimentos, obriga a uma coordenação que é crucial e é essencial que a comissão nacional de acompanhamento, que tem exatamente esta missão, possa perceber ‘in loco’”, justificou.
Pedro Dominguinhos assinalou que o Algarve tem “um investimento âncora, relacionado com a gestão hídrica”, que conta com uma verba disponível de 200 milhões de euros, tendo sido feito um ponto de situação do andamento de projetos neste âmbito, como a construção de uma dessalinizadora ou a tomada de água do Guadiana no Pomarão.
Ainda segundo o responsável, muitos projetos “estão em fase de estudo de impacte ambiental, outros estão em lançamento de concursos”, mas “era assim que tinham de estar”, uma vez que “obedecem a um conjunto de regras” que têm de ser cumpridas.
“Mas, neste momento, de acordo com os cronogramas, podemos dizer que as coisas estão alinhadas com o planeamento”, assegurou.
O presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PPR apontou ainda a existência de projetos destinados a “empresas, a Instituições Particulares de Solidariedade Social, centros de saúde ou famílias” e adiantou que, “neste momento, de acordo com os dados publicados no sistema de informação da Missão Recuperar Portugal”, há “cerca de mais 160 milhões de euros que os diferentes atores económicos já captaram”.
“Isto demonstra que os diferentes atores estão a ter a capacidade de apresentar projetos, de os ver aprovados e de os ter no terreno”, argumentou, dando o exemplo de uma creche ou de um dispensador automático de medicamentos que o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) está a implementar como “projeto-piloto”.
O projeto do CHUA, salientou, “vai ter impactos ao nível da segurança dos doentes, mas também ao nível da poupança de medicamentos”, que se “estima em cerca de 10% por ano”.
O responsável reconheceu, contudo, que já houve aumento de preços por causa da inflação desde que o PRR foi aprovado.
Por isso, explicou, o Governo está a analisar a situação e a realizar um “processo de reprogramação”, que, “para além da questão financeira”, inclui também “a questão das metas” e, “no final de abril”, poderá estar concluído.
Pedro Dominguinhos apontou também a Habitação como uma das áreas de investimento mais importantes para a região, porque tem dos preços mais caros do país, sendo necessária para dar respostas condignas à população e acolher mão-de-obra proveniente de outros zonas ou países.
Relativamente ao projeto da circular rodoviária de Olhão, o responsável adiantou que está também a seguir o planeado.
“É processo complexo, vai ter sete rotundas, vai ser totalmente vedado para aumentar todas as questões de segurança para que peões ou animais não interajam com as viaturas e veículos, é um processo que está devidamente planeado, o projeto está a avançar e vai-se concretizar”, garantiu.