O Portimonense regressou este domingo às vitórias ao bater o Desportivo de Chaves, por 3-2, em Trás-os-Montes, depois de os visitados estarem em vantagem por duas vezes no duelo da 28.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol.
Embora não tenha conseguido uma exibição brilhante, o Desportivo de Chaves fez por merecer a vantagem, que conquistou de grande penalidade, aos 25, por intermédio de Héctor, depois de ter criado mais oportunidades e de conseguir travar as incursões do Portimonense.
Já na etapa complementar, as emoções estiveram à ‘flor da pele’ e o desfecho manteve-se incerto até ao cair do ‘pano’: o Portimonense empatou a partida aos 72, com um golo de Carlinhos; quatro minutos depois, João Correia recolocou os visitados na frente do marcador, vantagem que durou, apenas, sete, com Midana a assinar o 2-2. Os algarvios ‘selaram’ a vitória nos descontos, com um golo magistral de Igor Formiga, aos 90+1.
Num duelo importante entre equipas que querem fugir da despromoção, que começou equilibrado, com troca de bola de parte a parte, a primeira ocasião de golo surgiu dos pés de Sanca: depois de ultrapassar a defensiva algarvia, o avançado procurou o corredor central e rematou de fora da área, mas Nakamura encaixou o esférico.
Pouco depois, Guzzo foi derrubado na área do Portimonense por Alemão e o Desportivo de Chaves teve a derradeira oportunidade para desbloquear a partida. Héctor Hernández foi chamado a cobrar a grande penalidade e não falhou o objetivo, colocando os visitados em vantagem no marcador, aos 25.
O golo despertou os dois conjuntos, apesar das dificuldades dos flavienses que viram o Portimonense crescer em campo à procura do empate, com Fukui a protagonizar a primeira ocasião de golos dos visitantes, aos 34, depois de alguma insistência e vários erros da defesa transmontana, mas a bola passou por cima da baliza de Rodrigo.
Aos 41, na sequência do primeiro canto da partida, Pedrão teve tudo para marcar ao aparecer ao segundo poste da baliza transmontana, mas não conseguiu concretizar o desvio ‘fatal’.
Na segunda parte, Leandro Sanca voltou a tentar a sorte, de fora da área, mas Nakamura estava atento e ‘sacudiu’ a bola. Pouco depois, foi a vez de Guzzo e Guima desperdiçarem duas oportunidades de golo para os transmontanos com ‘disparos’ por cima da baliza algarvia.
Apesar de ter registado maior número de oportunidades, o ditado voltou a cumprir-se e o Desportivo de Chaves acabou mesmo por sofrer, aos 72, com Carlinhos a empatar a partida, assistido por Igor Formiga, depois de alguma confusão na área transmontana.
O empate foi ‘sol de pouca dura’: depois de um passe em profundidade de Guima, a rasgar a defesa algarvia, a bola terminou nos pés de João Correia que, isolado, repôs a vantagem no marcador com um golo magistral.
Os dois golos agitaram os ânimos e a partida subiu de tom, com ambas as equipas a dar o tudo por tudo nos últimos 15 minutos da partida, que se revelaram mais positivos para o Portimonense, que voltou a empatar a partida aos 83, com um cabeceamento certeiro de Midana.
Os visitados não desistiram e procuraram o empate, com João Correia a atirar ao lado e Jô Batista a colocar o esférico no fundo das redes guardadas por Nakamura, mas o golo foi anulado por fora de jogo.
Golos, só para os algarvios que chegaram à vantagem e ‘selaram’ a vitória em Trás-os-Montes com um tento magistral de Igor Formiga, aos 90+1, reacendendo a esperança da permanência na I Liga, agora com 26 pontos.
Já o Desportivo de Chaves somou o sexto jogo seguido sem vencer e permanece na última posição da tabela, com os mesmos 19 pontos.
Declarações após o jogo Desportivo de Chaves – Portimonense (2-3)
– Moreno (Treinador do Desportivo de Chaves): “É difícil [explicar o resultado], é difícil, acho que isto acontece, realmente, às equipas que estão na nossa situação. Em comparação àquilo que o Portimonense fez, não fomos nada inferiores, cometemos erros, mais erros técnicos e, aí, a responsabilidade é toda minha mas, depois de um dia tão difícil e de uma derrota em que todos percebemos o que está em jogo, não consigo apontar nada aos meus atletas.
[Os jogadores] trabalharam, senti-os claramente ligados ao jogo antes do mesmo, não consigo apontar-lhes nada. É uma montanha difícil de explicar porque [os erros técnicos] aconteceram em vantagem, sofremos um golo, conseguimos reagir bem, a forma como sofremos os golos é, realmente, difícil de explicar a este nível, mas isto, repito, é responsabilidade minha.
Depois do 2-2 tivemos oportunidade de fazer o 3-2, lance anulado, depois um grande golo do Portimonense e isto acontece, claramente, a este tipo de equipas. Fica difícil, não há como esconder isto, nunca enganei as pessoas cá de Chaves, mas há seis jornadas para disputar e honrar esta camisola, porque garanto que isto vai acontecer.
[Permanência na I Liga] No futebol, enquanto matematicamente for possível, temos de acreditar. Acho que, neste momento, temos é de nos focar jornada a jornada. Não gosto de iludir as pessoas, é óbvio que fica muito mais difícil agora, é óbvio que se tivéssemos ganhado juntávamo-nos ao Vizela e ao Portimonense. Assim fica difícil mas, repito, faltam seis jornadas e nós vamos ter o mesmo rigor, a mesma disciplina e, se possível, ganhar mais pontos”.
– Paulo Sérgio (Treinador do Portimonense): “São três pontos muito importantes, já não vencíamos há muitas jornadas, já o merecíamos noutras partidas, mas ganhámos e não está tudo bem porque voltámos a cometer pecados fatais. Tardamos a eliminar este tipo de situações que, a este nível, se pagam muito caro. Há alguma falta de maturidade em alguns elementos, tudo contribui para que não possamos fazer, durante mais tempo, coisas de qualidade que fazemos a espaços.
Corremos o jogo todo atrás do prejuízo, chegámos ao empate, continuámos a apostar na busca pela vitória, mas [sofremos] um revés com um golo infantil, se virem a ação desde o início vão perceber o que estou a dizer, e é isto que nos tira o sono.
Obviamente registamos a importância do resultado, mas não nos deixa tranquilo e vamos ter de entrar na nova semana da mesma forma que entrámos nesta, a corrigir determinado tipo de situações que, por vezes, só o tempo é que ajuda, esse [ganhar] de maturidade numa equipa com elementos tão jovens e inexperientes na I Liga. Temos de insistir, trabalhar, é o único caminho que conheço.
Eliminar [os erros], quiçá, é quase impossível, mas se cometermos um número muito menor, o adversário também não vai aproveitar tanto. De qualquer das formas, [neste jogo tivemos] muito trabalho, muita transpiração e um resultado que muito desejávamos.
[Permanência na I Liga] Seria hipócrita se não reconhecesse que é um resultado muito importante com um adversário direto nesta má classificação que ambos temos. De qualquer das formas, estes três pontos não resolvem o nosso problema nem arredam o Desportivo de Chaves daquilo que é a esperança de conseguir de lá sair. Estão 18 pontos em disputa, ainda muita coisa vai acontecer, obviamente estou muito satisfeito, mas pés no chão, respeito pelo adversário, pela nossa profissão, porque há muito trabalho a fazer pela frente para garantir os nossos objetivos”.
Jogo no Estádio Municipal Eng.º Manuel Branco Teixeira, em Chaves
Desportivo de Chaves – Portimonense, 2-3
Ao intervalo: 1-0
Marcadores:
1-0, Héctor Hernández, 25 minutos (grande penalidade).
1-1, Carlinhos, 72.
2-1, João Correia, 76.
2-2, Midana Cassamá, 83.
2-3, Igor Formiga, 90+1.
Equipas:
– Desportivo de Chaves: Rodrigo Moura, Carraça, Ygor Nogueira, Vasco Fernandes, Júnior Pius (Morim, 70), Guima, Dário Essugo, Sanca (Jô Batista, 82), Benny (João Correia, 66), Héctor Hernández (Steven Vitória, 82) e Raphael Guzzo (Kelechi, 70).
(Suplentes: Gonçalo, Habib Sylla, Paulo Víctor, Pedro Pinho, Steven Vitória, Kelechi, Morim, João Correia e Jô Batista).
Treinador: Moreno.
– Portimonense: Kosuke Nakamura, Guga (Igor Formiga, 46), Pedrão, Alemão, Relvas (Midana Cassamá, 63), Fukui (Gonçalo Costa, 63), Carlinhos, Lucas Ventura (Estrela, 80), Rodrigo Martins (Berto, 46), Tamble e Hélio.
(Suplentes: Vinicius, Mvoué, Berto, Dener, Seck, Gonçalo Costa, Estrela, Igor Formiga e Midana).
Treinador: Paulo Sérgio.
Árbitro: André Narciso (AF Setúbal).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Carraça (14), Dário Essugo (21), Rodrigo Martins (45+1), Raphael Guzzo (68) e Lucas Ventura (78).
Assistência: 2.120 espetadores.
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