Os radares móveis têm-se tornado cada vez mais comuns por toda a Europa, posicionados em pontos estratégicos para controlar os excessos de velocidade. Em Portugal, esta fiscalização é já bastante conhecida, mas foi na Alemanha que surgiu uma ideia inusitada para escapar às multas.
Mesmo com a vigilância rigorosa, inúmeros condutores procuram formas de evitar os radares de velocidade e fugir às penalizações. Um motorista alemão destacou-se recentemente ao aplicar uma tática inesperada, vista por muitos como uma forma engenhosa de evitar as coimas.
Em vez de tentar ludibriar o radar com velocidade controlada ou rotas alternativas, o homem decidiu posicionar a sua caravana diretamente à frente do dispositivo móvel de controlo de velocidade. Com este gesto, o radar ficou sem campo de visão, deixando de conseguir registar infrações temporariamente.
Método alemão torna-se viral
De acordo com o Noticias Trabajo, a criatividade do ‘método alemão’, espalhou-se rapidamente nas redes sociais. O próprio condutor partilhou imagens do feito, o que originou uma onda de reações, muitas das quais aplaudiram o engenho, sugerindo até que deveria receber a “Cruz Federal de Mérito”.
Sem penalizações legais
Ao contrário do que seria de esperar, o homem não foi alvo de qualquer penalização. O local onde estacionou estava devidamente autorizado para veículos como caravanas, e o tempo de permanência respeitou o limite de 24 horas previsto na legislação local.
Lacuna legal em causa
Surpreendentemente, a polícia confirmou que não houve infração, já que o radar não foi danificado nem manipulado. A estratégia enquadrou-se numa lacuna legal, demonstrando como o planeamento das autoridades pode ser contornado de forma legal, ainda que polémica.
A viabilidade da manobra deve-se ao facto de o radar ter sido instalado numa zona de estacionamento legal. Ao obstruir o equipamento, o condutor beneficiou de um erro de planeamento e não de uma violação deliberada das regras.
E se acontecesse em Portugal?
Este episódio leva a questionar se algo semelhante poderia ocorrer em Portugal. De acordo com a legislação nacional, não existe uma norma específica que considere a obstrução de radares como infração autónoma, embora outras disposições possam aplicar-se.
Em casos mais extremos, se houver danos no equipamento, o infrator pode ser acusado de dano qualificado, segundo o artigo 213.º do Código Penal. Além disso, qualquer ato que comprometa a segurança rodoviária pode constituir uma contraordenação grave ou muito grave.
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Todos os meses, a PSP divulga antecipadamente a localização dos radares móveis por todo o país. Esta prática visa informar os condutores sobre os locais onde será intensificada a fiscalização rodoviária, contribuindo para a prevenção dos excessos de velocidade e promovendo uma condução mais segura nas estradas portuguesas.
Nem sempre replicável noutros países
Ainda que eficaz na Alemanha, este tipo de atitude não deve ser replicado noutros contextos sem ponderação. A legislação varia consoante o país, e o que num território é legal, noutro pode representar uma infração passível de multa ou até crime.
Reações divididas nas redes sociais
Apesar de muitos comentários nas redes sociais elogiarem a criatividade do condutor, nem todos consideraram a atitude positiva. Críticos defendem que ações deste tipo descredibilizam os esforços de segurança e incentivam comportamentos de risco, segundo aponta o Noticias Trabajo.
A ocorrência também alimentou o debate sobre o papel dos radares na gestão da velocidade e segurança nas estradas. Enquanto uns os encaram como aliados na prevenção de acidentes, outros consideram-nos mecanismos excessivos de controlo.
Brechas legais e fiscalização automática
Esta situação serviu para evidenciar as brechas legais que ainda existem em vários países no que toca à fiscalização automática. Ao mesmo tempo, mostrou como uma ação aparentemente banal pode gerar enorme discussão pública.
Aviso para quem queira imitar
Para quem pensar em seguir este exemplo, fica o alerta: conhecer a lei local é essencial. Sem esse cuidado, o que parece uma simples brincadeira pode acabar por sair muito caro e resultar numa infração com consequências legais sérias.
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