Artista plástico e biólogo de formação, Fernando Silva Grade foi um dos grandes e acérrimos defensores da cultura popular algarvia.
Esta tarde, faleceu de doença oncológica que ele assumiu como “mais um combate de peito aberto”, como em todos os combates que travara.
Infelizmente, a doença foi-lhe fatal e o Algarve perde uma das suas maiores personalidades que nunca se cansou de lutar por um mundo melhor.
Quem o conheceu sabe que era um homem fiel às suas causas, leal e frontal. Era uma personalidade incomum, dotada de uma extraordinária cultura que se destacou na defesa do património, entre outras causas que abraçou.
Sempre defendeu, com grande empenho, coragem e honestidade, os valores ambientais e do património algarvios.
Há um ano, nas comemorações do Dia do Município, o Fernando Silva Grade recebeu uma medalha da Cidade.
O desaparecimento prematuro (1955-2019) do homem pode parecer mas a sua obra há de permanecer.
Nasceu e morreu algarvio sempre com o coração na região. Em 2014, publicou um livro em que denuncia os lobbies e crimes cometidos contra o Algarve que amava – “O Algarve tal como o destruímos”, da Escritório Editora.
Segundo o artista João Brehm, além de ser um “pintor extremamente original e poderoso”, era um “paisagista da pureza natural”.
“Publicou diversos artigos em jornais como o Público e outros, entrevistas na televisão e na rádio, sempre em luta pela defesa dos valores genuínos da identidade do nosso país.
Sua última exposição antológica dividida pelo Museu Municipal de Faro e Galeria Arco (“Trajectos”, 2016) saldou-se por grande êxito. Conhecia-o há tantos anos que perdi a conta e várias vezes pensámos expor em conjunto, o que infelizmente nunca se concretizou.
Parte o homem, fica a obra que, tenho a certeza absoluta, terá o reconhecimento que merece (apesar de póstumo) na Arte Contemporânea Portuguesa”.