Há dois dias consecutivos que o maior dos quatro concelhos obrigados a recuar no plano de desconfinamento não regista novas infeções por covid-19.
A tendência de descida no número de casos não permite ainda assim cruzar a linha de risco. A incidência no concelho continua acima dos 120 novos casos por 100 mil habitantes.
O concelho de Portimão saiu esta semana do nível de risco elevado, mas a taxa de incidência continua acima do limiar de risco.
Portimão foi nos últimos dias alvo de um reforço de vacinas e obteve autorização extraordinária para começar a vacinar localmente os munícipes a partir dos 60 anos.
Segundo a autarquia, “todos os munícipes com idade igual ou superior a 60 anos que ainda não foram vacinados devem ligar para a linha municipal Proteção 24, através do número 808 282 112, a funcionar 24 horas por dia, através da qual será apoiado na inscrição para a sua vacina no Centro de Vacinação de Portimão”.
Também no Algarve, Aljezur poderá encontrar travões. A taxa de incidência no concelho cavalgou com a proximidade com o surto de Odemira.
Odemira com 6.000 vacinados e quer vacinar outros tantos até dia 05
Cerca de seis mil pessoas já foram vacinadas contra a covid-19 em Odemira, um dos concelhos que recuou no desconfinamento, e o município quer que outras tantas sejam inoculadas até à próxima semana.
A média diária, na última semana, “tem sido de 400 vacinas” administradas, “mas achamos pouco e queremos chegar a números acima das mil”, afirmou hoje o presidente da Câmara de Odemira, José Alberto Guerreiro, em declarações à agência Lusa.
Segundo o autarca, o reforço do processo de vacinação, iniciado na semana passada, foi uma das medidas adotadas para responder ao agravamento da situação epidemiológica no concelho, a par do aumento da testagem e da criação de uma ‘task force’ concelhia.
A vacinação no concelho está a decorrer em Odemira, São Teotónio e Vila Nova de Milfontes, indicou, referindo que já “estão vacinadas cerca de seis mil pessoas” e que “o objetivo é chegar às 12 mil”, até dia 05 de maio.
“Só não temos obtido melhores resultados” no número de pessoas vacinadas por “dificuldades” com a “falta de pessoal médico, porque a Unidade Local de Saúde [do Litoral Alentejano] tem cinco concelhos e não consegue satisfazer todas as necessidades”, notou.
José Alberto Guerreiro mostrou-se, contudo, otimista em relação ao cumprimento do objetivo fixado, adiantando que é esperado, a partir de hoje, o reforço da capacidade de vacinação, com 12 enfermeiros cedidos pelo Exército.
O objetivo de ter as 12 mil pessoas vacinadas contra o coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a doença covid-19, foi fixado depois de a câmara ter solicitado que fosse vacinada toda a população acima dos 50 anos, sublinhou o autarca.
“Essa autorização ainda não chegou, mas estamos otimistas” em relação ao acolhimento da proposta, “porque não chega a tomar medidas repressivas e de confinamento geral e bloquear o funcionamento de alguns serviços”, considerou.
De acordo com o autarca alentejano, atualmente, os números relacionados com a covid-19 no concelho “reduziram bastante e a incidência está em cerca de metade daquela que era há 15 dias”.
O presidente da câmara disse ainda estar a aguardar com otimismo as decisões do Governo sobre o desconfinamento, esperando que “a economia volte a funcionar” no concelho, ainda que sejam mantidas “algumas restrições”.
Dados divulgados na sexta-feira revelam que Odemira é um dos dois concelhos em risco muito elevado de contágio, com o registo de incidência acumulada de 991 casos por 100 mil habitantes, ficando só atrás de Vila Franca do Campo (1.357), nos Açores.
Por registar em 14 de abril, pela segunda avaliação quinzenal consecutiva, uma taxa de incidência de casos de covid-19 acima de 240 por 100 mil habitantes em 14 dias, Odemira foi um dos quatro concelhos, juntamente com Moura, Portimão e Rio Maior, que recuou para a primeira fase do desconfinamento, com medidas mais restritivas, inclusive a proibição de não se poder circular para fora do município.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.137.725 mortos no mundo, resultantes de mais de 148,6 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.973 pessoas dos 835.563 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.