O ex-vice-presidente norte-americano, Mike Pence, vai pedir aos republicanos que ‘esqueçam’ as eleições de 2020 e defender que “não há espaço no partido para apologistas de Putin”, posição que aumenta a rotura com o ex-presidente Donald Trump.
Esta posição de Pence, que será manifestada num discurso perante os principais doadores do partido em Nova Orleans, pretende enfrentar aqueles que dentro dos republicanos não condenaram fortemente o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, pela invasão da Ucrânia.
Um destes é o ex-presidente Donald Trump, criticado por usar uma linguagem vista como deferente a Putin, chamando inclusive o chefe de Estado russo de “inteligente” e insistindo que a invasão não aconteceria caso ainda estivesse na Casa Branca. “Onde estariam os tanques russos hoje se a NATO não tivesse expandido as fronteiras da liberdade? Não há espaço neste partido para apologistas de Putin”, dirá Pence, segundo trechos do discurso noticiados pela agência Associated Press (AP). Mike Pence irá também continuar a rejeitar as alegadas fraudes eleitorais defendidas por Trump, embora nunca provadas.
O republicano está a lançar as bases para uma possível candidatura presidencial em 2024, onde até poderá enfrentar o ex-presidente. “Eleições são sobre o futuro. Meus colegas republicanos, só podemos vencer se estivermos unidos em torno de uma visão otimista para o futuro baseada nos nossos valores mais elevados. Não podemos vencer travando as batalhas de ontem ou reavivando o passado”, destacará ainda Pence.
No mês passado, Mike Pence refutou diretamente as alegações de Trump sobre a sua capacidade para anular os resultados eleitorais, referindo a advogados na Florida que o ex-presidente estava “errado”.
Apesar desta batalha interna, o republicano falará ao seu partido esta sexta-feira para culpar Joe Biden pelos avanços de Putin, acusando o atual presidente de “desperdiçado a dissuasão” estabelecida pelo governo de Trump para impedir a Rússia de tentar redesenhar as fronteiras internacionais através da força.
“Não é coincidência que a Rússia tenha esperado até 2022 para invadir a Ucrânia. A fraqueza desperta o mal e a magnitude do mal que varre a Ucrânia fala muito sobre este presidente”, apontará ainda Mike Pence.