A União Europeia anunciou que irá reforçar as verificações alfandegárias a produtos vendidos por retalhistas de comércio eletrónico, como a Temu e Shein. A decisão, que será oficializada pela Comissão Europeia no dia 5 de fevereiro, pretende garantir uma concorrência justa e assegurar que os produtos comercializados cumprem as normas de segurança estabelecidas no bloco europeu.
De acordo com a Comissão, noticia a Markteer, a nova regulamentação afetará todos os retalhistas fora da UE, mas a atenção estará voltada principalmente para empresas chinesas de fast-fashion, como a Temu e Shein, que têm crescido rapidamente nos últimos anos. Um dos fatores que tem impulsionado esse crescimento é a isenção fiscal aplicada a encomendas de baixo valor, inferior a 150 euros, o que lhes permite praticar preços mais competitivos em relação aos concorrentes europeus.
A Comissão Europeia destacou que 91% das remessas de baixo valor provêm da China. Em 2024, a União Europeia recebeu 4,6 mil milhões de envios dessa categoria, um aumento significativo face ao ano anterior. A nova medida terá como foco produtos que apresentem riscos de segurança ou que não estejam em conformidade com a legislação da UE, procurando minimizar a entrada de mercadorias potencialmente perigosas ou falsificadas no mercado europeu.
A fiscalização mais rigorosa poderá resultar em tempos de entrega mais longos para consumidores que realizam compras em plataformas como a Temu e Shein. Com o aumento da verificação alfandegária, é provável que haja atrasos no processamento das encomendas, impactando diretamente o tempo de espera dos clientes.
Além do reforço das inspeções, a Comissão Europeia sinalizou que poderá rever a isenção de impostos aplicada a remessas de baixo valor, uma vez que esse benefício cria um desequilíbrio na concorrência com empresas sediadas na União Europeia. Caso essa revisão aconteça, os consumidores poderão enfrentar um aumento no custo final das compras efetuadas nestas plataformas.
A decisão surge num momento em que o comércio eletrónico internacional está em forte expansão, levantando preocupações sobre práticas comerciais desleais e a segurança dos produtos vendidos online. Com a implementação das novas medidas, a União Europeia pretende reforçar a regulamentação do setor e proteger tanto os consumidores quanto os retalhistas locais.
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