A associação de atividades culturais DeVIR assinala o fim do projeto que envolve um grupo de mulheres portuguesas ciganas no bairro Horta da Areia, em Faro, com um ‘audio walk’, um colóquio, teatro e o lançamento de um livro.
Em comunicado, a associação refere a conclusão do projeto será assinalada entre 14 de outubro e 09 de dezembro com um ‘audio walk’ que começa “num teatro e acaba em festa num bairro social, uma peça de teatro com mulheres que vivem nesse bairro degradado e com outras que habitam em Faro”.
Um colóquio sobre inclusão e o lançamento de uma publicação que resume os três anos do projeto colaborativo DeVIR na Horta da Areia também fazem parte do programa que marca o fim do projeto, prossegue a nota.
DeVIR na Horta da Areia é um projeto que envolve um grupo de mulheres portuguesas ciganas que vivem no bairro da Horta da Areia e mulheres que frequentam regularmente o Centro de Artes Performativas do Algarve (CAPA), explica a associação cultural.
A 14 e 15 de outubro acontece o ‘audio walk’, uma caminhada dividida em sete estações, que compreende uma viagem de barco na Ria Formosa e termina em festa, com um concerto, por um grupo de músicos de etnia cigana, indica.
Esta “criação participativa”, dirigida pelos atores Miguel Ponte, Nuno Preto e Teresa Vaz, percorre a cidade de Faro e os contextos dos dois grupos de mulheres envolvidos no projeto.
A 06 de dezembro, no Campus da Penha da Universidade do Algarve, em Faro, realizar-se-á o colóquio “Inclusão”, “um momento em que se confrontam as expectativas de todos os envolvidos com o que o projeto efetivamente conquistou e com o lastro que poderá deixar”.
De acordo com a DeVIR, este será “um momento de partilha com a comunidade e com a cidade sobre o desenrolar destes três anos de trabalho”.
A assinalar a etapa final do projeto, será feita a reposição do espetáculo de teatro “Travessia”, a 09 de dezembro, no Centro de Artes Performativas do Algarve.
Trata-se de um espetáculo multimédia, com encenação de Pedro Alves, no qual se cruzam o teatro e a dança, o cinema e a música, a literatura e as artes visuais.
“Travessia” resulta de “uma criação participativa com origem em práticas artísticas para a inclusão social, desenvolvida por 23 mulheres”, explica o comunicado.
Na ocasião, será lançada a publicação “DeVIR na Horta da Areia”, que regista um percurso de três anos de trabalho, “que poderá servir como um instrumento de consulta para quem queira desenvolver projetos colaborativos que cruzem o social e o artístico”.
Quando foi criado no final da década de 1970, o bairro Horta da Areia pretendia ser uma solução provisória para albergar famílias das ex-colónias africanas portuguesas.
Este aglomerado de pessoas que vive junto ao cais comercial de Faro resistiu até hoje com manifestos problemas de segurança, sanidade, pobreza e exclusão social.
O projeto DeVIR na Horta da Areia foi desenvolvido no âmbito do Programa PARTIS & Art for Change da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação “la Caixa”.
A sua concretização resultou de uma parceria entre a DeVIR, a Fundação Vítor Reis Morais / Centro Comunitário da Horta da Areia e a Câmara de Faro.
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