A imunidade de grupo contra o coronavírus pandémico não deverá ser alcançável quando 70% da população estiver vacinada. A comunidade científica baseou o cálculo na convicção de que as pessoas expostas ao vírus ficariam protegidas e incapazes de transmissão mas os dados atuais revelam o contrário.
Quem foi inoculado ou teve covid continua sob o risco de ser infetado e de contagiar outros. “É uma ilusão e devemos esquecer a ideia da imunidade de grupo porque até pode nem ser possível”, afirma o epidemiologista Manuel Carmo Gomes.
A Manuel Carmo Gomes juntam-se outros peritos nacionais e até o diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, Anthony Fauci, já diz ter existido algum otimismo inicial sobre a imunidade, adquirida pela vacina ou natural pela infeção, subindo a fasquia para 75% a 80% da população a proteger.
Pedro Simas, virologista do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa explica que “falar em imunidade de grupo nesta doença é falar numa proteção dinâmica, que tem de fazer-se sempre.”
Isto é, “a continuidade da imunidade da população não vai depender da vacinação contínua mas sim da presença endémica do vírus”, escreveu num artigo recente na revista científica Nature Reviews in Immunology.
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