A região Norte mantém uma tendência crescente na infeção por SARS-Cov-2, mas inferior aos 120 casos /100 mil habitantes, e no Algarve a incidência tem diminuído, mas ainda com valores acima da média nacional, segundo os dados hoje divulgados.
De acordo com os dados revelados na reunião do Infarmed (Lisboa) sobre a situação epidemiológica no país por André Peralta Santos, da Direção-Geral da Saúde (DGS), nas últimas duas semanas regista-se uma tendência estável da incidência cumulativa a 14 dias, o que o especialista considerou “um bom sinal”.
O especialista frisou que há uma heterogeneidade na incidência a 14 dias no território nacional, mas ainda com alguns concelhos com uma incidência superior a 120 casos/100 mil habitantes, e que há uma tendência decrescente nos grandes centros urbanos, “o que estabiliza a incidência nacional”, disse.
André Peralta Santos afirmou ainda que na última semana, pela densidade populacional e pelo número de habitantes se registou um crescimento nos concelhos do Norte como Paredes, Paços de Ferreira e Penafiel, o que , segundo o especialista, “causa alguma preocupação”.
Apontou ainda como “boa notícia” a inversão da tendência da incidência da infeção em Odemira (Alentejo). Apesar de continuar elevada, sublinhou, “iniciou já uma inversão e está com uma tendência decrescente”.
O especialista revelou ainda que nas duas últimas semanas se inverteu a tendência de crescimento na infeção por SARS-Cov-2, que provoca a doença da covid-19, na faixa etária dos 0 aos 9 anos.
Por outro lado, cresceu a incidência da infeção na faixa etária dos 10 aos 20 anos, mas o especialista sublinhou que “estes grupos não geram especial preocupação pois têm um curso de doença relativamente benigno”.
O grupo que gerava maior preocupação, as pessoas com 80 anos ou mais, mantém uma tendência decrescente e é, neste momento, “o grupo mais protegido”, acrescentou.
Sobre o impacto da infeção no Serviço Nacional de Saúde (SNS), André Peralta Santos disse que a hospitalização mantém uma tendência “ligeiramente decrescente” e que a ocupação em unidades de cuidados intensivos baixou das 100 camas.
Sobre os internados nas enfermarias, há uma tendência de decréscimo “ muito acentuada” nas pessoas com 80 anos ou mais – “o que deve ser enquadrado com o esforço na vacinação em curso”.
Nas Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), o grupo dos 50 aos 79 anos é aquele que tem maior ocupação, mas com valores “muito inferiores ao pico” e a mortalidade mantém uma “evolução positiva”.
Quanto à testagem, houve aumento da intensidade e os concelhos com maior incidência da infeção têm testado mais. A taxa de positividade mantém-se abaixo do indicador de referência dos 4%.