David Silva, Pedro Martins, Rúben Figueiredo, Mariana Leite, Roberto Fortes e Miguel Rocha. O que têm em comum? São atletas da Associação Cultural e Desportiva CHE Lagoense, dominam os escalões não-profissionais do badminton em Portugal e sonham representar o país no maior evento multidesportivo do mundo: os Jogos Olímpicos.
“Tudo é possível, com esforço e dedicação”, diz o campeão nacional de Sub19 na categoria de pares homens, Roberto Fortes, apoiado por Dalila Belém, treinadora dos atletas há cinco anos, que confirma que “todos têm margem de progressão e trabalham para vingar no futuro”.
Miguel Rocha treina duas vezes por dia, com sessões que podem atingir três horas, entre exercícios de raquete, corrida, natação, ginásio e trabalho de força. Começou a competir aos 9 anos e três anos depois sagrava-se campeão nacional pela primeira vez. Desde aí, em cinco anos, foi campeão por cinco vezes. Aos 18 anos, o algarvio é actualmente o melhor português no escalão de Sub19 em singulares e tem os objectivos a curto prazo bem definidos: “conseguir ser qualificado para o campeonato do mundo em Bilbao”, a realizar-se em Novembro.
Contudo, Miguel Rocha admite que em Portugal o cenário pode ser mais complicado. O jogador lembra que “é muito difícil conciliar o deporto com os estudos”, uma vez que o horário escolar pode ocupar grande parte do dia, como acontece com o portimonense Roberto Fortes. “Estou na escola das 8 às 18 e os treinos começam às 18.30 horas, praticamente não tenho vida, é escola badminton, badminton escola”, confessa.
Quem tem uma rotina parecida é Mariana Leite, que espera obter o estatuto de alta competição para entrar em Medicina no próximo ano. A campeã de Sub17 em pares senhoras e pares mistos é a única rapariga entre os rapazes, algo a que já está habituada. “É assim há tanto tempo que não me incomoda e até é bom, ajuda-me a evoluir”, afirma a atleta natural de Caldas da Rainha mas a viver em Ferragudo desde tenra idade.
David Silva também chegou ao Algarve ainda jovem, proveniente da Madeira. Aos 3 anos já jogava badminton e aos 12 faz colecção de troféus. O último alcançado foi o de campeão nacional de Sub13 em pares homens, com Pedro Martins, atleta que se sagrou tricampeão, ao conquistar, para além deste título, o de campeão nacional em singulares e pares mistos. Já Rúben Figueiredo conquistou, na categoria de Sub17, os títulos de campeão nacional em singulares e pares homens.
Uma formação de campeões
Pedro Martins, atleta da CHE Lagoense que representou Portugal no badminton nos Jogos Olímpicos Rio2016, é o melhor exemplo do potencial que a formação do clube de Lagoa tem. Dalila Belém garante que o “segredo” para o sucesso está no facto de as cerca de 100 crianças da creche/ATL, situada em baixo do pavilhão do clube – destinado exclusivamente ao badminton -, terem contacto com a modalidade várias vezes por semana. Roberto Fortes é um dos frutos dessa prática. “Inscrevi-me nas férias desportivas em 2007 e o badminton era o desporto principal, comecei a experimentar e foi até hoje”, relata.
(Com Ricardo Claro)