Se o novo coronavírus não provocasse doença grave ou mortal, seria mais eficaz ser infetado do que vacinado. A Infeção produz uma resposta imunitária mais ampla do que as vacinas.
A informação científica mais recente sobre o SARS-CoV-2 mostra que a infeção natural é mais protetora, inclusive contra as novas variantes virais. O ‘escudo’ é ativado logo no muco nasal, criando uma dificuldade extra à entrada do vírus.
Mas, ainda assim, na comparação entre a infeção e a vacinação, as inoculações conseguem ganhar noutro patamar, além, claro, da eliminação do risco de ter covid grave ou mortal: o efeito da vacina no organismo é mais previsível, por isso controlado.
“A infeção tem uma enorme heterogeneidade da resposta imunitária em função da idade, das comorbilidades ou dos sintomas. Há doentes graves com poucos anticorpos, jovens com infeções ligeiras e muitos anticorpos, etc. Em contraste, com a vacina consegue-se uma resposta homogénea e robusta mesmo em faixas etárias mais avançadas”, afirma Henrique Veiga-Fernandes, codiretor da Champalimaud Research. “Justifica-se a vacinação de recuperados porque está demonstrada a homogeneidade e robustez da resposta imunitária, que se perspetiva mais consistente.”
Com mais vacinados, a comunidade científica prepara agora novas regras para deixar de lado as medidas de proteção, desde logo a máscara e o distanciamento físico.
As recomendações do ECDC estão na linha da frente e as primeiras alterações dizem que o contacto entre pessoas de todas as idades e totalmente vacinadas dispensa a distância de segurança e a máscara.
O mesmo aplica-se na interação entre jovens ou adultos de meia idade, vacinados com não vacinados, sem fatores de risco para covid grave, como a idade, obesidade, doenças crónicas, entre outros.
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso