O diretor de Cirurgia e outro cirurgião do Hospital de Faro encontram-se suspensos desde o início de junho por decisão do Conselho Disciplinar Região Sul da Ordem dos Médicos (OM), na sequência das denúncias feitas em abril pela médica interna Diana Carvalho. A situação pode agora alterar-se, uma vez que o Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé, após recurso interposto pelo diretor de Cirurgia, considerou que pode voltar a exercer funções.
O diretor de Cirurgia, Martins dos Santos recorreu da suspensão que tinha um prazo de seis meses. A decisão do tribunal que agora é conhecida considerou que o recurso interposto tem efeitos suspensivos sobre a decisão da OM.
Segundo o Expresso, “o médico já enviou, há dois dias, o pedido para que a Ordem informe o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (que administra os hospitais de Faro, Portimão e Lagos) e, dessa forma, possa voltar a exercer as funções que desempenhava. No entanto, ainda não recebeu qualquer resposta”.
Quando os clínicos foram suspensos, o bastonário da OM, Carlos Cortes, louvou a decisão do conselho disciplinar “que entendeu que não era necessário aguardar pelas conclusões” da comissão independente que está a analisar as denúncias da médica. “Havia indícios suficientes para a suspensão preventiva”, argumentou Carlos Cortes.
O recurso foi apresentado pelos clínicos suspensos por considerarem que a decisão da OM foi unilateral. A suspensão ocorreu sem os dois médicos serem ouvidos e antes da comissão independente avançar com as suas próprias conclusões.
Martins dos Santos disse ao Expresso que a suspensão “foi uma decisão leviana e desmedida, com enormes prejuízos pessoais e profissionais e familiares que são imensuráveis”.