O processo de envelhecimento torna a pele mais fina, menos elástica e com menor produção de óleos protetores. Esta mudança fisiológica exige ajustar a rotina de higiene, para garantir conforto e proteção sem danificar a barreira cutânea natural que defende contra infeções e inflamações.
De acordo com a associação profissional de dermatologistas dos Estados Unidos da América, a American Academy of Dermatology (AAD), a frequência ideal de duche para adultos mais velhos situa-se entre dois e três dias, dependendo do clima e da atividade física. A instituição recomenda banhos curtos, entre cinco e dez minutos, com água morna e produtos suaves, seguidos da aplicação imediata de um creme hidratante para reter a humidade.
Porque a pele muda depois dos 65
Com o envelhecimento, a produção de sebo e colagénio diminui, e a pele perde parte da sua capacidade de regeneração. Segundo o National Institute on Aging (NIA), esta fragilidade natural torna a pele mais propensa à secura (xerose), fissuras e comichão. A solução passa por evitar duches demasiado quentes e sabonetes agressivos, reforçando a hidratação diária com loções corporais adaptadas à idade.
Qual a frequência mais equilibrada
As orientações da American Academy of Dermatology e de outros organismos no setor como o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), apontam para um duche completo a cada dois ou três dias como o equilíbrio ideal. Essa rotina mantém o suor, as bactérias e os odores sob controlo, ao mesmo tempo que previne a desidratação cutânea.
Quando a higiene diária é necessária
Segundo o National Health Service (NHS), há situações em que um duche diário é justificado, nomeadamente após exercício físico, calor intenso ou episódios de incontinência. Nesses casos, a recomendação é manter duches rápidos, usar água morna e optar por produtos com pH neutro. A hidratação deve ser feita nos primeiros minutos após o banho, quando a pele ainda retém parte da humidade.
Os riscos do duche diário
Especialistas da AAD alertam que o duche diário pode eliminar o manto lipídico natural da pele, responsável por preservar a hidratação e evitar irritações. Quando esta barreira é danificada, surgem comichões e microlesões que facilitam infeções cutâneas. Por isso, a prioridade deve ser a moderação: reduzir o tempo, a temperatura e a frequência dos banhos, adaptando os produtos usados.
As consequências de não se higienizar com regularidade
O extremo oposto também acarreta riscos. De acordo com estudos publicados pelo National Institutes of Health (NIH), deixar passar mais de uma semana sem banho pode aumentar a proliferação de fungos e bactérias, causar mau odor e afetar a autoestima. Uma higiene insuficiente pode ainda ter impacto psicológico, reduzindo a sensação de bem-estar e autonomia.
Higiene localizada nos dias sem duche
Nos dias em que não há banho completo, o NHS recomenda a limpeza localizada das axilas, pés e zona íntima com panos húmidos e sabonete neutro. Esta abordagem mantém a frescura e a higiene sem remover os óleos naturais da pele, sendo especialmente útil em idosos com mobilidade reduzida.
Segurança e conforto durante o banho
Relatórios da World Health Organization (WHO) e do European Injury Database sublinham que uma parte significativa das quedas em casa ocorre na casa de banho. Instalar barras de apoio, tapetes antiderrapantes e bancos de duche é essencial para reduzir o risco e garantir que este momento continua a ser sinónimo de autonomia e não de perigo.
Temperatura, tempo e produtos certos
O National Institute on Aging reforça que a temperatura ideal deve ser morna e o duche deve durar menos de dez minutos. Secar a pele com toques suaves, sem fricção, e aplicar de imediato um creme hidratante ajuda a selar a humidade. Fechar a porta da casa de banho também contribui para preservar o vapor e evitar a evaporação rápida da água da pele.
Tomar duche a cada dois ou três dias, com banhos curtos, água morna e hidratação imediata, é a prática mais recomendada por instituições como a AAD e o NIA para quem tem mais de 65 anos. A adoção de medidas simples, como a higiene localizada e a adaptação do espaço de banho, protege a pele, melhora o conforto e preserva a autonomia dos mais velhos.
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