A Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) anunciou que a decisão “foi consensualizada em sede de reunião do conselho intermunicipal”, na sexta-feira, atendendo ao “contexto de pandemia que atualmente se vive e à recente evolução” epidemiológica.
“Mesmo que estas iniciativas fossem de realização ao ar livre, teriam que obedecer a um conjunto de orientações da DGS [Direção-Geral da Saúde] que os autarcas afirmam não haver condições para serem cumpridas, uma vez que implicam uma grande concentração de pessoas”, lê-se no comunicado.
Alguns autarcas decidiram manter a tradição do fogo-de-artifício, “sendo que outros decidiram não avançar uma vez que podem promover aglomeração de pessoas”, razão pela qual foram também canceladas várias iniciativas da programação de Natal, prossegue.
“Conscientes de que esta decisão poderá trazer constrangimentos aos empresários e comerciantes da região, [os autarcas] defendem que, nesta altura, o foco deverá estar centrado na proteção da saúde e bem-estar da população do Algarve”, conclui o organismo que agrega os 16 municípios do distrito de Faro.
A Câmara de Albufeira já tinha anunciado o cancelamento dos festejos de fim de ano na Praia dos Pescadores, uma das festas mais procuradas no Algarve nesta época, mantendo apenas o lançamento de fogo-de-artifício, mas de forma deslocalizada.
Em Faro, a autarquia decidiu canalizar o investimento que seria destinado aos festejos de fim de ano para uma iniciativa de apoio ao comércio local que prevê quatro sorteios, no valor total de 10.000 euros cada, e para a entrega de vales de compras aos alunos do pré-escolar e 1.º ciclo.
Em comunicado, o município referiu ter decidido “não promover este ano quaisquer eventos públicos para celebração da passagem de ano no concelho, nomeadamente espetáculos musicais ou fogo-de-artifício”.
Nesse sentido, em articulação com a Associação de Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL), Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AHISA), Associação de Desenvolvimento Comercial da Zona Histórica de Faro (Associação de Comércio da Baixa) e Associação Cultural e Ativista da Baixa de Faro (ACAB), a autarquia decidiu retomar a partir de segunda-feira a campanha de estímulo ao comércio local “Faro. Somos Todos”.
No âmbito desta iniciativa da autarquia, todos os clientes que gastem mais de 10 euros em estabelecimentos aderentes terão direito a cupões com que poderão concorrer a sorteios para atribuição de vales de compras (no valor de 30, 50, 100 ou 200 euros).
Em dezembro, terão lugar três sorteios no valor de 10.000 euros cada um: o primeiro no dia 16, o segundo no dia 23 e o terceiro no dia 30 de dezembro.
Em janeiro, o sorteio acontecerá no dia 20 de janeiro, “visando assim dar um sinal e estímulo à economia, em particular à restauração e ao comércio local”, já depois da anunciada semana de contenção definida pelo Governo entre 02 e 09 de janeiro.
Festas canceladas: Rio de Janeiro junta-se a outras 21 capitais regionais do Brasil
As autoridades do Rio de Janeiro cancelaram as festas da passagem de ano por causa da covid-19, seguindo pareceres de peritos, anunciou hoje o presidente da câmara da cidade brasileira, Eduardo Paes.
“Respeitamos a ciência. Como são opiniões divergentes entre comités científicos, vamos sempre ficar com a mais restritiva. O Comité da prefeitura diz que pode. O do Estado diz que não. Então não pode. Vamos cancelar dessa forma a celebração oficial do réveillon do Rio”, escreveu Eduardo Paes nas redes sociais.
O autarca acrescentou que não seria possível organizar uma festa de passagem de ano com a dimensão que tem no Rio de Janeiro sem a garantia de todas as autoridades sanitárias.
“Infelizmente não temos como organizar uma festa dessa dimensão, em que temos muitos gastos e logística envolvidos, sem o mínimo de tempo para preparação”, acrescentou.
“Se é esse o comando do Estado (não era isso o que me vinha dizendo o governador), vamos acatar. Espero poder estar em Copacabana abraçando a todos na passagem de 22 para 23. Vai fazer falta, mas o importante é que sigamos vacinando e salvando vidas”, acrescentou Eduardo Paes.
Esta decisão é o culminar de uma semana de debate entre as autoridades do Rio de Janeiro sobre as festas de passagem de ano, depois de a variante mais recente do vírus da covid-19 (Ómicron) ter chegado ao Brasil.
Na quinta-feira, a autarquia decidiu impor a necessidade de passaporte de vacinação contra a covid-19 para a entrada em espaços como restaurantes, bares, hotéis ou cabeleireiros.
O Rio de Janeiro soma-se assim a outras 21 capitais regionais do Brasil, como São Paulo, a cidade mais populosa do país, que já decidiram cancelar as festas previstas para o fim do ano.
O Brasil é um dos três países do mundo mais atingidos pela pandemia da covid-19, que já matou mais de 615 mil pessoas no país e infetou mais de 22,1 milhões.