O gabinete do primeiro-ministro remete-se ao silêncio a propósito da decisão da Direção-Geral da Saúde (DGS) de não recomendar para já a vacinação das crianças entre os 12 e os 15 anos.
António Costa queria vacinar 570 mil crianças e jovens entre os 12 e os 17 anos mas a DGS só aconselha a vacinação acima dos 16 anos – para já. O primeiro-ministro não reage.
Por sua vez, o Ministério da Saúde, também contactado pelo Expresso, volta a garantir que tem condições para proceder à vacinação dos mais jovens: “À DGS cabe dar os normativos técnicos baseados na melhor evidência científica, ao Ministério da Saúde cabe dar as condições para a aplicação dessas normas. Como temos dito, temos condições para vacinar as crianças a partir dos 12 anos e por isso estamos em condições de dar resposta à orientação da DGS”.
Há dias, durante o debate do Estado da Nação, António Costa disse que “é tempo de garantir a proteção das crianças e dos jovens e devemos fazê-lo atempadamente, de modo a que o novo ano letivo se possa iniciar sem risco de novas interrupções no ensino presencial”. “Aguardamos uma direção da DGS sobre a vacinação mas tudo está preparado para que nos fins de semana entre 14 de agosto e 19 de setembro possam ser administradas as duas doses da vacina às cerca de 570 mil crianças e jovens entre os 12 e os 17 anos”, disse na altura.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta sexta-feira que a vacinação universal das crianças e jovens dos 12 aos 15 anos ainda não é recomendada, a não ser que tenham doenças de risco para a covid-19. O anúncio foi feito por Graça Freitas esta sexta-feira numa conferência de imprensa em que apresentou as conclusões do parecer da Comissão Técnica de Vacinação.
A diretora-geral da Saúde sustenta a decisão com a falta de dados suficientes na Europa sobre a vacinação universal nestas faixas etárias, nomeadamente sobre os casos de inflamação cardíaca (miocardite e pericardite) detetados em adolescentes após a toma das vacinas da Pfizer e da Moderna. Nesta sequência, “a Agência Europeia de Medicamentos emitiu um alerta”.
Por isso, para já é apenas recomendada a vacinação prioritária dos jovens dos 12 aos 15 que tenham comorbilidades. “A DGS recomenda a vacinação prioritária contra a covid-19 dos adolescentes com 12-15 anos de idade com comorbilidades associadas a maior risco de doença grave”, anunciou Graça Freitas. A decisão foi baseada no parecer da Comissão Técnica de Vacinação.
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