O debate sobre os efeitos do consumo de açúcar na nossa saúde é, há muito tempo, um tema de discussão na área da nutrição. Afinal, o açúcar está presente numa ampla variedade de alimentos, e muitas vezes não temos consciência disso. No entanto, é importante compreender se é realmente prejudicial e como podemos tomar decisões alimentares mais informadas.
O açúcar é um tipo de hidrato de carbono que fornece energia ao nosso organismo, desempenhando um papel essencial na nossa nutrição. No entanto, o problema surge quando consumimos demasiado do tipo errado de açúcar.
Há uma distinção crucial a fazer: o açúcar natural, encontrado em alimentos como frutas, legumes, produtos lácteos e cereais integrais, e o açúcar refinado, frequentemente adicionado a produtos processados para melhorar o sabor.
Os açúcares naturais, presentes em alimentos integrais, vêm acompanhados de outros componentes benéficos, como fibras, proteínas, antioxidantes e vitaminas.
Estes elementos desempenham um papel importante na digestão e no bem-estar geral, tornando o processo de absorção mais lento. Como resultado, os açúcares naturais não levam a picos rápidos nos níveis de açúcar no sangue.
Em contraste, o açúcar refinado é frequentemente encontrado em alimentos processados, como refrigerantes, iogurtes açucarados, bolos, bolachas e até mesmo em produtos que não associamos à doçura, como sopas enlatadas e molhos.
A falta desses componentes benéficos nos alimentos processados faz com que o corpo absorva o açúcar refinado mais rapidamente, levando a flutuações nos níveis de açúcar no sangue e à sensação de fome contínua.
Essa sensação contínua pode resultar num excesso de consumo desses alimentos o que, por sua vez, está associado a uma série de problemas de saúde.
Um estudo realizado pela Universidade de Harvard estabeleceu uma ligação entre dietas ricas em açúcares refinados e um maior risco de doenças cardiovasculares.
As pessoas que obtinham de 17% a 21% das suas calorias diárias a partir de açúcares refinados tinham um risco 38% maior de morrer de doenças cardiovasculares em comparação com aquelas que consumiam apenas 8% das suas calorias na forma refinada.
No entanto, isso não significa que devemos eliminar completamente este aditivo da nossa dieta. O segredo está na moderação. Desfrutar ocasionalmente de um doce não representa um problema.
A chave é prestar atenção à quantidade de açúcar adicionado a bebidas e alimentos, muitas vezes em combinação com o açúcar natural já presente.
Fazer escolhas conscientes é essencial para a nossa saúde a longo prazo. Optar por alimentos integrais, ricos em nutrientes e minimizar o consumo de alimentos processados com elevado teor de açúcar refinado é um passo na direção certa.
A moderação e o equilíbrio são os princípios orientadores quando se trata da nossa alimentação.
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