“Coronation”, o mais recente documentário do artista chinês Ai Weiwei, apresentado a 20 de agosto, está a ser boicotado internacionalmente, assegura o autor. A acusação é extensiva a festivais de cinema e plataformas de streaming, diz Weiwei, que denuncia agora o que considera um conluio entre o Ocidente e a China para que não se mostre o sistema organizativo e militar daquele país asiático. O filme é o resultado de 500 horas de filmagens por equipas de profissionais, mas também por voluntários anónimos, que quiseram ajudar a expor como viveram 57 milhões de chineses durante quase dois meses, em toda a província de Hubei.
Contudo, não se espere o desvendar de um segredo que vá além da militarização brutal de um país ao serviço do sistema político. O filme, montado pelo artista e ativista a partir de Berlim, mostra como os cidadãos viveram debaixo de um Big Brother asfixiante, sem autonomia, independência ou qualquer tipo de liberdade. Com as imagens de uma cidade deserta, Ai Weiwei quis ir à procura da desumanização brutal que as autoridades chinesas impuseram no país a partir de 23 de janeiro, fez agora um ano.
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