A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, desvalorizou esta sexta-feira as sondagens que dão ao partido apenas dois deputados nas legislativas do dia 30, considerando que os estudos de opinião “nunca têm espelhado o resultado” alcançado nas urnas.
“As sondagens, ao longo dos vários atos eleitorais, nunca têm espelhado o resultado que depois o PAN obtém”, pelo que os estudos de opinião “valem o que valem”, afirmou a dirigente do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), em Portimão.
Inês Sousa Real, que falava aos jornalistas no final de uma reunião com a administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, defendeu que “é importante, no dia 30, que as pessoas votem nas causas que acreditam”.
“Estarmos a votar na bipartidarização PS/PSD não serve os interesses do país”, vincou, salientando que “o voto útil não vai ser um voto à esquerda ou à direita”, mas sim nos partidos que “têm programas que dão resposta aos desafios” da sociedade atual.
Desafiada pelos jornalistas a fazer um balanço da campanha eleitoral do PAN, a líder do partido disse que “tem sido muito gratificante estar na rua” e a “ouvir as pessoas e as suas diferentes preocupações”.
“Temos estado, não apenas nas grandes áreas metropolitanas, mas também no interior, e tem sido transversal a preocupação com o Serviço Nacional de Saúde, o acesso à habitação inclusive dos mais jovens, com as questões ambientais”, frisou.
Considerando que a população portuguesa está “cada vez mais sensível à necessidade de combater a emergência climática”, Inês Sousa Real notou que o PAN tem apresentado “respostas concretas” para ajudar “na transição para uma economia verde”.
O dia de campanha do PAN arrancou, esta manhã, em Lagoa, com uma visita de Inês Sousa Real às alagoas brancas, conduzida por Anabela Blofeld, do movimento Salvar as Alagoas de Lagoa.
Segundo esta ativista, esta “é uma das últimas zonas húmidas de água doce” e pode estar em risco de desaparecer devido a um projeto que prevê a construção de armazéns.
Com o projeto, “estamos a pôr em perigo as aves e espécies” deste habitat e também “os humanos”, pois esta área é “cársica” e com “excesso de peso pode colapsar”, alertou, preferindo que se crie no local um parque para observação de aves.
Também a líder do PAN defendeu que “a conservação deste património natural único”, apontando que se trata de “um ecossistema importante para as aves migratórias”, onde se podem observar anualmente “114 espécies diferentes”.
“Já perdemos cerca de 64% das zonas húmidas no nosso território, desde 1990. Restam, a nível global, apenas 2% de zonas húmidas”, acrescentou.