“O PSD de Portimão informou o Senhor Presidente de Assembleia Municipal de Portimão que (…) propõe votar uma moção de censura à presidente de Câmara Municipal em avaliação da sua ação desenvolvida na vacinação indevida ao vírus SARS-CoV-2, agindo com imoralidade face a centenas de portimonenses que aguardavam como prioritários as suas duas doses de acordo com o Plano Nacional de Vacinação à covid-19”, adianta a estrutura concelhia do partido, liderada por Carlos Gouveia Martins, numa nota enviada hoje às redações.
O mesmo comunicado precisa que, antes de avançar com a proposta, o PSD “agilizou conversações” com todas as forças partidárias do município com assento na Assembleia Municipal, pelo que a moção será “subscrita por mais forças e membros autárquicos”.
Além disso, refere que os deputados municipais independentes Pedro Pereira e Cristina Velha “irão igualmente subscrever a moção apresentada em conjunto com o PSD de Portimão”.
Numa declaração pública, o presidente do PSD de Portimão acentua que, sabendo de antemão “que o PS Portimão afirmou publicamente o seu compadrio benevolente, preferindo a sigla partidária à legitimidade moral do processo”, decidiu abordar pessoalmente as restantes bancadas políticas representadas na assembleia Municipal de Portimão.
“Censuramos o papel de quem lidera o executivo municipal”, refere ainda Carlos Gouveia Martins nesta declaração pública em que refere que o seu partido também propôs que a sessão da Assembleia Municipal seja transmitida em direto e online, o que, afirma, “só” o PS rejeitou.
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O caso de Isilda Gomes inclui-se entre os vários que têm vindo a público sobre alegada vacinação indevida contra a covid-19, tendo o município referido, através de uma publicação nas redes sociais, em 01 de fevereiro, que a presidente da Câmara de Portimão foi vacinada contra a covid-19 como “condição essencial” para poder fazer voluntariado no hospital de campanha instalado naquela cidade.
“Na data da abertura do CHUA ARENA, todos os que exerciam funções foram vacinados, o mesmo tendo sido solicitado a Isilda Gomes na qualidade de voluntária do projeto Visitas Virtuais, tendo sido esta condição necessária para que pudesse exercer esta função”, lê-se na referida publicação.
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O processo de vacinação tem sido acompanhado pela denúncia de casos de vacinação indevida e levaram já a várias demissões, incluindo a do coordenador da ‘task force’ para o Plano de Vacinação contra a covid-19, Francisco Ramos, que renunciou ao cargo em 03 de fevereiro.
Na ocasião, Francisco Ramos — substituído pelo vice-almirante Gouveia e Melo, que já integrava a ‘task force’ — afirmou numa declaração escrita que a decisão se deveu a irregularidades relativas ao processo de seleção para vacinação de profissionais de saúde no Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa (HCV), do qual é presidente da comissão executiva.
Também o responsável pela delegação do Norte do INEM, António Barbosa, apresentou a demissão depois de ter assumido que tinha autorizado a vacinação de 11 funcionários de uma pastelaria próxima do instituto, alegando tratar-se de uma opção para evitar o desperdício das doses de vacina.
Entretanto, a Procuradoria-Geral da República confirmou à Lusa que o Ministério Público já instaurou inquéritos relativamente “a alguns dos casos vindos a público”.
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