O peso da população imigrante tem vindo a aumentar na população total de Portugal. Desde 2003, a percentagem de imigrantes com estatuto legal de residente quintuplicou, passando de 2% para 10% da população total.
Há duas décadas, Portugal tinha 10,5 milhões de habitantes, dos quais 98% eram cidadãos portugueses e apenas 2% eram imigrantes (quase 250 mil pessoas). Em 2013, entre os 10,4 milhões de habitantes, 96% eram portugueses e 4% eram imigrantes. Já em 2023, a população total subiu para 10,6 milhões e a distribuição voltou a alterar-se: os portugueses passaram a representar 90% da população (9,6 milhões), enquanto os imigrantes cresceram para 10% (1 milhão). Além disso, em 2023 havia cerca de 300 mil estrangeiros em processo de regularização, o que poderá elevar ainda mais esta percentagem.
A percentagem de estrangeiros é ainda maior entre a população trabalhadora. 13% dos trabalhadores em Portugal são estrangeiros, sendo superior a 40% na agricultura e pescas e 31% no setor do alojamento e similares.
No contexto de um país com baixa natalidade e população envelhecida, o aumento da população imigrante tem sido importante para compensar essa realidade. Em 2023, havia 188 idosos com mais de 65 anos por cada cem jovens com menos de 15 anos, em Portugal, ao passo que, entre a população imigrante havia 109 idosos por cada cem jovens.
Apesar dos evidentes benefícios da imigração para a sustentabilidade da pirâmide demográfica e para a economia, esta crescente vaga migratória coloca inevitavelmente uma pressão maior em alguns serviços públicos e desafios na sua integração no país, que têm sido alvo de discussão pública.
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- Os factos vistos à lupa por André Pinção Lucas e Juliano Ventura – Uma parceria do POSTAL com o Instituto +Liberdade
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