Uma estação de dessalinização, na minha opinião como cidadão, contribuinte português e algarvio desde nascimento, é necessária por uma questão de precaução ou prevenção pela falta de água, sobretudo, nas barragens do Sul do país. Contudo, particularmente, creio não ser um processo inócuo, perante o ambiente.
A “salmoura” produzida, retirada pelo processo “Osmose inversa”, onde irá ser depois lançada ou depositada como efluente!?
É um sistema caro quanto ao investimento e exploração e por conseguinte, serão os consumidores que acabarão por vir a suportar tais custos.
Agora só se ouve falar em dessalinização, mas atenção, preparem “as carteiras” porque a água para nosso consumo serve, também, para o grande negócio
Na minha opinião, a água “potável” pela dessalinização obtida, deveria ser utilizada em primeira estância para regas diversas, nomeadamente, na agricultura, sobretudo, a do tipo intensivo e de grande consumo, lavagens de espaços públicos, enchimentos, porventura, de piscinas particulares e públicas, regas de jardins, relvados dos campo de golfe, campos agrícolas, entre outros locais e a água de barragens continuar a servir para o consumo doméstico.
Felizmente que Portugal tem ainda bons recursos hídricos, pois basta saber-se como estão os níveis de água nas barragens, a norte do Algarve!
Em várias sítios e localidades algarvias, há muitas fontes centenárias de água natural que, diariamente, corre através de ribeiras e rios até ao mar, sem quaisquer aproveitamentos.
São milhões de hectolitros/m3, sem que ninguém lhes faça referência pela sua não utilização mas porquê?
Por outro lado, temos ainda boa pluviosidade no Inverno e o excedente de água da chuva, até provoca cheias nas zonas baixas e ribeirinhas de algumas cidades, causando por vezes graves prejuízos.
Porque não constroem, reservatórios de abertura e fecho automático, junta das ribeiras de bom caudal e que serviriam para colmatar os períodos de seca, sobretudo, na agricultura, repararem as condutas de distribuição de água pelas enormes perdas, investir mais no aproveitamento de águas residuais, incentivar o uso de cisternas nos meios rural e mesmo urbano, etc
As ribeiras da Foupana e Aujustrel, poderiam passar a barragens e o Pomarão ligado a Odeleite e Beliche, ou, também, ainda não!?
Será que os transvases de água de algumas barragens a norte do Algarve, não poderiam ser ligados às barragens algarvias em caso de necessidade?!
Bem, agora só se ouve falar em dessalinização, mas atenção, preparem “as carteiras” porque a água para nosso consumo serve, também, para o grande negócio, quiçá mais do que para as regas e lavagens de espaços públicos.
Até os famigerados Saneamento Básico e os Resíduos Sólidos fazem parte proporcional no pagamento da facturação da água de fornecimento público doméstico, em que os escalões do respectivo consumo, já haviam sido introduzidos a montante e são questionáveis.
Tudo isto no seu conjunto é algo que até parece “irracional ou surreal”…
Por exemplo, há “quem produza toneladas de lixo ou entupa o saneamento básico” sem consumir água e assim, nada mais pagará por isso, ao não gastar água em sua casa, empresa, loja, etc.
Muitas “lojas e outros estabelecimentos” existentes, enchem os contendores de lixo, colocando neles caixas sacos, plásticos, garrafas de vidro, etc, etc ou até os depositam junto aos mesmos (no lado de fora) mas nada mais irão pagar, se não consumirem água, creio.
Só o habitual consumidor de água potável de distribuição pública é que será o “explorado com todos os adereços na sua facturação”…
A “venda” desta água ao público parece, realmente, muito interessar, sobretudo, às empresas fornecedoras, distribuição e manutenção de serviços.
É evidente que as questões relacionadas com o problema da água passam pela decisão dos poderes políticos governativos (central e autárquico), tendo sido mal ou bem decido.
Alguns, até parece que pensam que o seu desempenho em determinados cargos público-políticos são vitalícios.
É um puro engano e aquilo que através das suas atitudes e acções, negativamente, demonstrarem como decisores, em cidadania (mais tarde) poderão vir a ser “questionados ou responsabilizados” pelos cidadãos.
Por tudo isto, deverão, antecipadamente, reflectir, servindo em primeira instância o Bem Público em qualidade e suficiência.
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