Em plenos dias de aprovação do Orçamento do Estado na Assembleia da República, deputados eleitos pelo povo português, frutos finais do resultado das últimas eleições legislativas, realizadas de forma livre e democrática, debatiam as suas ideias para o país numa das sessões parlamentares.
De um lado da Assembleia, a bancada do CHEGA, com um crescimento exponencial da sua representatividade no Parlamento no decorrer dos últimos anos, responsável por originar debates calorosos, intensos e efusivos num dos edifícios mais importantes do país. Não obstante, a menção das inúmeras polémicas (sociais, judiciais e de naturezas subjacentes) da qual uma parte relevante dos membros do partido de extrema-direita têm se envolvido.
Do outro lado, Luís Montenegro, primeiro-ministro de Portugal e encarregado de guiar o país num dos momentos mais delicados, decisivos e cruciais desde que se conheceu a luz da democracia. O seu desempenho político tem conhecido um parecer múltiplo, devido às contestações perante as suas decisões e filosofias de gestão. Este cenário complexo provém de tantos outros fatores, acumulados em notícias promovidas pelos demais órgãos da comunicação social, advindos desde debates e declarações públicas, até acusações de foro legislativo, económico, social, educacional, da saúde e tantas outras áreas base.
Contudo, a insatisfação em formato de bola de neve encontrou o seu espaço na apresentação do Orçamento do Estado para o próximo ano (2026). A Aliança Democrática (AD) deparou-se com uma resistência generalizada, desde abstenções do Partido Socialista até críticas proferidas pelos parlamentares da Iniciativa Liberal, Livre e, mais recentemente, do CHEGA. Apesar das tentativas de negociação, André Ventura não se convenceu do plano da AD para Portugal no decorrer do próximo ano. Ao conhecer o histórico de imprevisibilidade do líder do CHEGA, este facto não parece ser surpreendente numa análise política. Foi sim outro fator que contribuiu para o comprometimento da possível queda e perda de confiança de muitos portugueses crentes num autoproclamado Salvador da Pátria do Século XXI.
André Ventura, numa resposta em tom fervoroso e de revolta ao primeiro-ministro Luís Montenegro quando este proferiu a ausência de saudade dos tempos de Portugal de há 51 anos, afirmou uma frase um tanto quanto pouco democrática: “Eu não tenho saudades nenhumas, de nenhum tempo anterior àquele em que eu era nascido, mas sei uma coisa, sei que se calhar se tivéssemos um, dois ou três “Salazares” havia menos corrupção neste país”. Esta bomba idealista, independentemente da análise que seja realizada e independente à pessoa que a desenvolva, encaixa-se de forma unânime e clara em um atentado à luta dos direitos de todos os tipos de liberdade e de qualquer tipo de democracia. Ora, André Ventura demonstra a hipocrisia inerente a si e ao seu partido como um todo. De um líder aparentemente carismático, firme na sua crença antissistema, combatente das causas anticorrupção e dos “portugueses de bem, honestos e trabalhadores”, defensor da apologia dos argumentos católicos e de salvador; para se deixar escorregar e cair a sua máscara de político honesto e revelar uma face dupla, repleta de distorções ideológicas de cariz fascista, extremista, preconceituosa e desrespeitosa para com os valores que o 25 de Abril cultivou e fez florescer.
André Ventura adota uma postura antidemocrata e perigosa ao sistema democrático construído pelos nossos antepassados e perpetuado pelas gerações posteriores, um revoltado político que possui um intelecto social e persuasivo exímio. Decerto, voltar ao Salazarismo, uma época rodeada de perseguição a pessoas que simplesmente discordavam dos ideais do Estado Novo, da implementação da censura e de exploração laboral e a criação de uma polícia política, não é uma opção, nem tampouco merecedora de debate, tendo em conta os factos históricos mais que conhecidos do traumatizado povo português. A postura do líder confirma as segundas intenções do “Partido de um Homem Só” como um todo. Desde apoiantes pertencentes a grupos extremistas e xenófobos, a militantes e deputados envolvidos em polémicas judiciais, sociais e naturezas subjacentes. Ademais, os ideais enraizados desde a fundação do CHEGA, além de vazios, guiados somente por emoções mal resolvidas e ressentidas e generalistas numa ótica de análise psicológica e política. Propagam o preconceito a pessoas trabalhadoras e com éticas morais de respeito de comunidades quer nacionais e internacionais, através da generalização infundada.
O CDS-PP e a Juventude Popular defendem uma base política focada na dignidade humana individual, no direito à liberdade responsável inerente ao povo português e na implementação de soluções sérias e sustentáveis, adaptadas aos problemas da realidade portuguesa atual. Encontra-se presente a confiança plena na firmeza e serenidade da afirmação destes valores nos mais variados espaços sociais, intelectuais, políticos e pessoais, com o intuito de combater qualquer tentativa de desinformação ou populismo. Destaca-se exemplos como as intervenções assertivas e bem fundamentadas de João Pinho de Almeida, Cecília Meireles e Nuno Melo nas suas aparições públicas, demonstrando em todos os momentos a seriedade e a responsabilidade argumentativa de um político realmente preocupado em suprimir as necessidades de cada cidadão. Também Francisco Lucas Pires, figura importante na ascensão do CDS-PP e respeitado tanto pelos movimentos de esquerda quanto pelos movimentos de direita, apresentou teorias pragmáticas visionárias para Portugal a nível nacional, europeu e internacional, ressaltando inúmeras vezes o papel da colaboração, da democracia e dos direitos morais e individuais dos portugueses.
A defesa da democracia e dos direitos morais são os pilares primordiais para o desenvolvimento holístico da sociedade portuguesa.
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