Um simples telefonema foi suficiente para uma mulher perder todas as suas poupanças. Aos 70 anos, “Maria”, nome fictício, acreditou estar a falar com o banco, mas do outro lado estavam burlões experientes que, com simpatia e voz tranquila, conseguiram obter todos os seus dados pessoais e bancários. Quando percebeu o engano, o dinheiro, quase oito mil euros, já tinha desaparecido da conta.
De acordo com o Correio da Manhã, os autores do golpe apresentaram-se como funcionários de uma instituição bancária e convenceram a vítima a fornecer os seus dados. “Eles eram muito simpáticos, muito atenciosos. Falavam calmamente, como fazem os do banco. Sabiam o meu nome, idade, sabiam tudo”, contou.
A mulher só estranhou quando lhe pediram para alterar o código pessoal do multibanco, mas nessa altura o estrago já estava feito.
Um esquema em crescimento
Este tipo de burla telefónica, conhecido como vishing, tem vindo a aumentar em Portugal e faz parte de um padrão que mistura engenharia social e manipulação emocional. Segundo o Correio da Manhã, os burlões recorrem a números falsos semelhantes aos dos bancos e usam informações recolhidas através de bases de dados ou redes sociais, criando um cenário de total credibilidade.
A vítima tentou contactar o banco horas depois, mas já não havia nada a fazer. “Perdi tudo. As poupanças de uma vida de muito trabalho”, lamentou, emocionada.
Suspeitos apanhados e condenados
Os suspeitos foram detidos pela Polícia Judiciária, acusados pelo Ministério Público e mais tarde condenados em tribunal. O caso serviu de alerta para reforçar a vigilância junto da população mais idosa, frequentemente o alvo principal destes esquemas.
A PJ recorda que os bancos nunca pedem códigos ou dados pessoais por telefone, SMS ou e-mail, e que qualquer pedido deste tipo deve ser encarado com desconfiança.
Como se proteger de burlas por telefone
Recomenda-se nunca partilhar dados pessoais ou códigos de segurança, não clicar em links enviados por mensagem e confirmar sempre a identidade do contacto através dos canais oficiais do banco.
É também aconselhável ativar notificações de movimentos bancários e definir limites de transferência para reduzir o risco de perdas.
Em caso de burla, deve contactar de imediato o banco e a Polícia Judiciária, fornecendo o máximo de informações possível, incluindo o número de telefone utilizado no contacto.
A rapidez na denúncia pode fazer a diferença entre recuperar parte do dinheiro ou perdê-lo por completo.
As autoridades sublinham que, apesar das campanhas de sensibilização, as burlas telefónicas continuam a crescer em número e sofisticação. A regra, dizem, é simples: se lhe pedirem dados confidenciais, desligue: é quase certo que é fraude.
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