Depois de Francisco, mais um dos grandes que, ainda, vão existindo, acaba de nos deixar, «Pepe Mujica» – José Alberto Mujica Cordano -, ex-presidente do Uruguai que um dia, discursando na Assembleia Geral das Nações Unidas, ousou denunciar o capitalismo selvagem vivido dizendo:
“Sacrificámos os antigos deuses imateriais e agora ocupamos o templo do deus do mercado. Este deus organiza a nossa economia, a nossa política, os nossos hábitos, as nossas vidas. Parece que nascemos apenas para consumir. Há marketing para tudo! Há marketing para cemitérios, para serviços funerários, para maternidades, para pais, para mães, avós e tios! Tudo é negócio! O homem comum do nosso tempo vagueia entre instituições financeiras e a rotina entediante dos escritórios. Sonha com férias e liberdade. Sonha em poder pagar suas contas, até que um dia seu coração para».

Jurista
'Pepe Mujica', enquanto Presidente do Uruguai, doava cerca de 90% do seu salário presidencial a instituições de caridade
«Pepe Mujica» que, enquanto Presidente do Uruguai, doava cerca de 90% do seu salário presidencial a instituições de caridade, que se recusou a mudar para a residência oficial na capital do país para continuar a viver, nas redondezas dela e com a mulher, numa pequena quinta que possuía, conduzindo um velho «Carocha», sem empregados, tendo como segurança, apenas, dois polícias à paisana numa estrada de terra dando acesso à sua casa e que dizia aos jovens:
«A vida é bela, mas gasta-se e acabamos por cair. É preciso recomeçar sempre que se cai, e, se houver raiva, transformá-la em esperança. Lutem pelo amor, não se deixem enganar pelo ódio. Se forem apanhados pelas drogas, não fiquem sozinhos, ninguém se salva sozinho. Peçam ajuda, lutem. A única liberdade está na cabeça e chama-se vontade. Se não a usamos, não somos livres.”
Honra à sua memória!
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