Levanta-se cedo, abre as portas do café e recebe os habituais clientes de uma pequena localidade italiana. A rotina repete-se há décadas e ajuda a explicar por que razão, aos 100 anos, o caso de Anna Possi desperta curiosidade quando se fala de longevidade.
“Manter-se ativa” como regra diária
Questionada pela Reuters sobre o que a mantém ao balcão, Anna é direta: o segredo passa por uma rotina estável, bom humor e uma limonada na sua mesa de cabeceira. Todos os dias, às 7h00, liga a cafeteira, organiza o balcão e prepara-se para mais uma manhã de trabalho no Bar Centrale, em Nebbiuno, o espaço que abriu há mais de 60 anos com o marido.
A ligação à restauração começou na adolescência, quando terminou os estudos e foi trabalhar para os tios, proprietários de restaurantes em Génova. Anos mais tarde, já casada, decidiu abrir o próprio café; após a morte do marido, em 1974, manteve o estabelecimento a funcionar sem interrupções.
A “empregada de mesa mais antiga” de Itália
Com 100 anos feitos e a um mês dos 101, Anna é conhecida localmente como a “empregada de mesa mais antiga” de Itália. A presença diária ao balcão tornou-se parte da identidade do lugar e um símbolo de continuidade para a comunidade.
Ao longo de quase sete décadas, o Bar Centrale preservou a clientela de longa data, com clientes que hoje chegam acompanhados pelos netos. O percurso de Anna atrai também visitantes curiosos que procuram conhecer a história por detrás do café e da pessoa que o dirige.
Trabalho como rotina e encontro social
Para a proprietária, o café é mais do que um negócio. Descreve-o como um ponto de encontro que liga diferentes gerações, reforçando a dimensão social do espaço e a importância de manter portas abertas todos os dias.
A rotina de acordar cedo, arrumar a sala e servir à mesa foi-se consolidando como hábito. A repetição diária, diz, ajuda a organizar o dia e a preservar um sentido de propósito, algo que associa ao bem-estar ao longo do tempo e, em última instância, à sua longevidade.
Entre a memória e o futuro
Anna recorda o período em que iniciou a carreira e as mudanças que foi acompanhando no setor. Apesar das transformações, manteve a mesma profissão e o mesmo endereço, apoiando-se na experiência adquirida desde os primeiros passos em cozinha e sala.
“Não sei quanto tempo vou aguentar, mas já tenho 101 anos”, afirma, citada pela Sapo, sublinhando que mantém a decisão de continuar enquanto fizer sentido. O objetivo imediato é simples: abrir amanhã à mesma hora e repetir a rotina que a acompanha há uma vida.
Um negócio que é família
O Bar Centrale funciona como extensão da casa, o que ajuda a explicar a sua permanência. “Isto é como uma família”, resume, associando o ambiente do café ao vínculo que criou com clientes e vizinhos ao longo de décadas.
Leia também: Adeus carta de condução? Condutores desta idade não podem renovar a carta sem apresentar este documento (e não é o CC)
















